A Cooperativa dos Produtores Agropecuários e Extrativistas dos Recursos Naturais do Município de Manicoré (Coopema) deve inaugurar, no próximo mês de março, uma agroindústria de beneficiamento de frutas em Manicoré, a 330 quilômetros de Manaus.
Na última terça-feira (29), a Coopema assinou um novo contrato referente ao projeto de investimento, através do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), com o Banco do Brasil e a agroindústria será finalizada. Para a conclusão do prédio, faltam apenas algumas obras que não estavam contempladas no primeiro contrato firmado com o BNDES, em 2015.
Na avaliação do diretor de assistência técnica e extensão rural do Idam, José Milton Barbosa Filho, a agroindústria em Manicoré é uma demonstração do esforço coordenado das inúmeras agências de desenvolvimento na busca por priorizar e fomentar a produção de produtos florestais não madeireiros. “O Idam (Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas) fica muito feliz em participar desse conjunto de organismos em apoio à produção agropecuária e extrativistas. Isso proporciona o resgate da cidadania, a formação de mão de obra, ocupação produtiva e a geração de emprego”, detalhou.
A gerente da unidade local do Idam, em Manicoré, Mariza Lisley Jurema, explicou que, para a assinatura do contrato de finalização da obra, que necessita de acabamento externo, entre outros detalhes, foi necessário o apoio em outros segmentos, como orientações nas alterações no Estatuto da cooperativa, averbação de imóvel e renovação da Licença de Instalação (LI) que teve apoio dos engenheiros da Gerência de Produção Não Madeireira, do Idam Central.
“Com muito trabalho e dedicação, conseguimos viabilizar o financiamento e os agricultores familiares e agroextrativistas, e a diretoria da Coopema, estão satisfeitos com o projeto aprovado e, agora, a agroindústria será concluída e a previsão de inauguração é em março”, detalhou a agrônoma que destacou, ainda, a importância da parceria com a Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) e o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) que também auxiliaram nos trabalhos.
Investimento – O valor do investimento é de R$ 249.948,00 e, aproximadamente, 300 famílias agroextrativistas e 63 sócios da cooperativa devem ser favorecidas com a abertura da agroindústria que vai beneficiar o açaí. A estimativa de produção por safra é de 400 mil latas de açaí (cada lata contém 14 quilos). A agroindústria tem capacidade de beneficiar oito toneladas de frutas, por dia. Além do açaí, deve ser beneficiado, também, o cupuaçu, abacaxi e maracujá.
Mariza explicou que a maior parte do açaí que será beneficiada é proveniente do extrativismo, porém se espera o aumento do açaí cultivado, no caso o BRS Pará, desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária é uma Empresa Pública (Embrapa). O BRS é caracterizado por ter menor no porte, produção precoce e maior produtividade. Atualmente, existem mais de 15 hectares de plantio do açaí BRS Pará, a expectativa é que com o funcionamento da agroindústria, o cultivo seja expandido.