Ministério diz que área de mina em Maceió está estabilizada no momento e afundamento pode ser ‘localizado’

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O Ministério de Minas e Energia afirmou neste domingo (3) que o afundamento do bairro de Mutange em Maceió está estabilizado e que, se houver desabamento, será “localizado”.

“Observa-se estabilização da situação, com redução do ritmo de subsidência do terreno e redução da probabilidade de deslocamentos de terra de larga escala”, diz a pasta em relatório divulgado neste domingo (03).

A pasta criou uma sala de situação para monitorar o risco de desabamento na capital de Alagoas, provocado pela exploração de sal-gema pela Braskem. O grupo volta a se reunir neste domingo para avaliar o quadro.

Até este domingo, segundo a Defesa Civil de Maceió, o afundamento progressivo, que começou a ser monitorado desde o último dia 28 por causa do risco de colapso, já tinha chegado a 1,69 metro de profundidade.

Em reunião no sábado (2), técnicos do Serviço Geológico do Brasil (SGB) afirmam que o desmoronamento pode ocorrer “de forma localizada e não generalizada”, com baixo risco de contaminação da lagoa Mundaú.

Segundo o ministério, nas últimas 24 horas, a velocidade de descolamento do solo se reduziu. Foram 50 centímetros na quarta (29) e outros 50 centímetros na quinta (30), contra 15 centímetros no sábado (2).

“Uma avaliação para a área demonstra que o sistema geológico está entrando em equilíbrio”, diz o relatório da sala de situação.
No entanto, a pasta frisa no documento deste domingo que ainda é necessário “continuar o ostensivo monitoramento da área como um todo”.

A instabilidade no solo foi agravada por décadas de mineração feita pela Braskem e provocou a evacuação de mais de 14 mil imóveis em cinco bairros, afetando cerca de 60 mil pessoas.

Somente um ano após o primeiro tremor de terra que abriu rachaduras em ruas e imóveis, em 2018, a empresa encerrou a extração de sal-gema, minério utilizado na fabricação de soda cáustica e PVC.

A região tem outras 34 minas de responsabilidade da Braskem. Na área da mina 18, que pode colapsar, o solo cede 0,7 cm/h. Nas últimas 24 horas, desde a manhã de sábado (2) até a manhã deste domingo, o deslocamento de terra foi de 10, 8 cm.

Imagens aéreas feitas pela Defesa Civil de Alagoas para monitorar a mina, localizada no bairro do Mutange, região do antigo campo do CSA, mostram que a área seca está sendo cada vez mais ocupada pela água da Lagoa Mundaú.

A Defesa Civil da capital alagoana permanece em alerta máximo e diz que o colapso pode acontecer “a qualquer momento”.(g1)