Manoel Henriques Ribeiro, 76 anos, faleceu nesta terça (18/01), no hospital Francisca Mendes, em Manaus. Ele estava internado por complicações cardíacas. Era da loja maçônica Amazonas, uma das 50 filiadas da Grande Loja do Estado do Amazonas (Gloman), onde entrou em 21/12/1974. Foi vice-governador do Amazonas (1983-1985), no segundo mandato de Gilberto Mestrinho. E o primeiro prefeito eleito de Manaus (1986-1988), após a redemocratização, numa coalizão, capitaneada por Mestrinho, que beirou a unanimidade.
Maneco, Pracinha e Amazonino
o político era suceder Gilberto Mestrinho, fato que considerava líquido e certo. No meio do caminho, porém, surgiu o então prefeito de Manaus, Amazonino Mendes, nomeado pelo governador, em 1983, que acabou sendo o candidato ao Governo do grupo. Amazonino foi um discreto aliado de Manoel na campanha de 1985, sempre visando o apoio de Mestrinho, na disputa do Governo do Estado que ocorreria no ano seguinte. Em julho de 1988, já governador, o Negão tornou pública e notória a guerra surda dos bastidores com o desafeto e conseguiu demiti-lo da Prefeitura. Nomeou Alfredo Nascimento como interventor de Manaus.
Carrel Benevides, vereador, aliado de Manoel Ribeiro, chegou a atirar na foto de Amazonino, no Paço Municipal. A disputa foi violenta, mas Ribeiro só conseguiu retornar à Prefeitura em dezembro daquele ano, dias antes de entregar o cargo ao eleito em 1988, na primeira derrota de Mestrinho, Arthur Virgílio Neto. O ex-prefeito se notabilizou também por algumas iniciativas, como a construção do Edifício Garagem, no Centro da cidade, duramente combatido e até hoje não concluído. Abriu também uma linha de micro-ônibus executivos, para atender à classe média dos conjuntos habitacionais, logo apelidados de “Manecos”. E a população o chamava de “Mané Pracinha”, por considerar a reforma de praças a única ação significativa na gestão dele.
O jeito turrão rendeu à capital amazonense um de seus maiores legados financeiros, o Imposto Sobre Serviços (ISS), hoje Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN). Recebeu dura oposição do comércio e do setor de serviços, como os promotores de shows, mas conseguiu aprovar o tributo, na Câmara Municipal. O curioso é que Manoel Ribeiro e Amazonino Mendes são da mesma loja maçônica, portanto, irmãos maçons. Em janeiro de 2010, talvez por influência desses laços, um ato público assinalou a reconciliação: ele assumiu a presidência do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb) de Manaus, nomeado pelo prefeito de então, Amazonino Mendes.(Portal Marcos Santos)