O novo presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, deve anunciar acordo para receber no país ao menos 3 mil médicos cubanos que deixaram o Brasil após o regime da ilha romper com o convênio do programa Mais Médicos. Primeiro representante da esquerda a assumir a presidência mexicana em décadas, Obrador negocia com o governo cubano de Miguel Díaz-Canel desde setembro, conforme apurado pelo Estadão , para contar com parte dos médicos cubanos recém-egressos do Brasil.
O acordo entre os dois países da América Central atende aos interesses tanto para o regime cubano, que tem na exportação de médicos uma importante fonte de renda, quanto para Obrador , que prometeu adotar redução de gastos em seu gov8erno.
Os profissionais cubanos se encaixam perfeitamente nessa política de austeridade, uma vez que eles são mais baratos que os mexicanos. Segundo o Estado , eles devem receber um quarto de seus próprios salários, com o restante sendo direcionado ao regime socialista de Cuba .
Obrador tomou posse na presidência do México neste sábado (1º) e já executou sua primeira medida oficial de governo. Poucas horas após ser empossado, Obrador firmou o primeiro acordo de seu mandato para criar um Plano de Desenvolvimento na América Central, cujo o principal objetivo é frear a imigração em direção aos Estados Unidos.
O convênio foi assinado com El Salvador, Guatemala e Honduras, em um almoço oferecido no Palácio Nacional a cerca de 20 chefes de Estado que assistiram à sua cerimônia de posse.
De acordo com um comunicado, os governantes dos países do chamado “Triângulo Norte da América Central”, o guatemalteco Jimmy Morales, o salvadorenho Salvador Sánchez Cerén e o hondurenho Juan Orlando Hernández, terão o apoio da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).
A primeira etapa do acordo deve ser implementada de janeiro a março de 2019. Nos últimos meses, caravanas de imigrantes da América Central peregrinaram até a fronteira com os Estados Unidos para conseguir entrar no país, em busca de novas oportunidades de vida. O fluxo gerou mal-estar com os Estados Unidos e ameaças de medidas extremas por parte do presidente Donald Trump.
O iminente acordo entre México e Cuba em torno dos médicos cubanos surge após mais de 8 mil profissionais nativos da ilha terem sido retirados do programa Mais Médicos brasileiro. O encerramento da parceria foi anunciado há duas semanas.(iG)