Um primeiro texto. Uma primeira crônica. Escrever sobre o que? Saudades, ausência física,
presença constante? Meu pai.
Comecemos por uma breve apresentação. Sou advogada por formação e por amor, amor que veio de berço e através de gerações, já que sou filha, neta e bisneta de advogados. É, deve estar mesmo no sangue.
Desde meus primeiros passos ouvia meu pai falar, respirar, viver o direito. Isso me encantava e fascinava. Nunca cogitei ter outra profissão, fazer outra coisa na vida, sou advogada!
Advogada por influência direta do meu pai, uma mente brilhante, um homem admirável, com qualidades incontáveis e que, infelizmente, hoje não está mais fisicamente conosco. Sim, sou filha do PAULO FIGUEIREDO, advogado, escritor, jornalista, professor universitário, articulista de diversos veículos de comunicação, dentre várias profissões que exerceu ao longo de sua vida.
Feitas as devidas apresentações, vamos ao tema do nosso texto, saudade, presença e
ausência, antônimos tão vivos em minha mente.
Passado um ano do seu falecimento, a saudade permanece a mesma, forte, crescente, doída.
Sua presença sempre foi tão forte na minha vida, na vida da minha família, na daqueles que
ele amava e que o amavam que a ausência física é sentida, mas sua existência permanece
intacta.
Não há um dia sequer, uma reunião, o encontro com seus amigos que eu não escute a falta
que ele faz, mas ao mesmo tempo que ele se faz tão vivo, em lembranças, sonhos, momentos, recordações. E são essas declarações que confortam nossos corações, nos dão a certeza de que sua vida não foi em vão, que ele amou e é amado, sim, é, pois, o fato dele não estar mais aqui do nosso lado não reduz, diminui ou modifica o amor que temos por ele.
É, um ano se passou, muita coisa mudou, nossas vidas mudaram de forma drástica, já faz tanto tempo e da mesma forma, faz tão pouco que ele se foi. O ano de 2018 demorou a passar, se arrastou por uma eternidade, era um ano que queríamos encerrar, e, olhe só, lá se foi mais um ano.
Pois bem, um ano depois sem sua presença e ele continua aqui, da mesma forma, do mesmo jeito, vivo em nossos corações, em nossas vidas e nossas memórias, a saudade permanece, nunca vai passar, suas lições nunca serão esquecidas, sua existência continua através de sua esposa, suas filhas e seus netos. Ah… os netos que ele tanto amava, e como se parecem com ele, em caráter, trejeitos, manias e, principalmente na personalidade, em suas sutis nuances.
A morte, a passagem não é um fim, não encerra uma existência, ao contrário, nos afasta
temporariamente daqueles que amamos, nos põe a pensar e a dar ainda mais valor e
importância aos nossos, a dar apreço, estima, aos que estão do nosso lado, a ponderar o que realmente tem significado, relevar situações inúteis, na certeza de que amanhã estaremos todos juntos, novamente, ao lado de quem amamos.(Luciana Figueiredo é Advogada – [email protected])
NR – A partir de hoje (09.02), a Dra. Luciana Figueiredo estará conosco, sempre aos sábados, nos honrando com seus textos e, certamente, ocupando o espaço que seria do nosso saudoso PAULO FIGUEIREDO.