O presidente eleito Jair Bolsonaro vai passar pela terceira cirurgia, desde que foi esfaqueado quando participava de um ato de campanha no Centro de Juiz de Fora (MG), procedimento que está marcado para o dia 12 do próximo mês, no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, para a retirada da bolsa de colostomia, colocada em função de lesões graves nos intestinos do capitão da reserva.
Em entrevista coletiva na tarde de ontem, quinta-feira, Bolsonaro afirmou ainda que, por causa da cirurgia, a data para a primeira viagem internacional como presidente eleito — anunciada para o Chile — ainda não foi definida.
— Não marquei porque tenho problema com a bolsa de colostomia. Nestas viagens longas eu posso ter algum problema. E eu não quero colocar em risco minha saúde. A princípio, a operação é no dia 12 de dezembro, três meses após a primeira cirurgia — contou.
O deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), futuro ministro da Casa Civil no novo governo, anunciou na semana passada que Bolsonaro traçou o roteiro de suas primeiras viagens internacionais. Sem data definida, ele deverá começar pelo Chile, ir aos Estados Unidos e depois a Israel.
O roteiro escolhido sinalizou uma mudança na política externa brasileira, que nos governos anteriores do PT priorizou a cooperação Sul-Sul, bloco de países em desenvolvimento.
ATENTADO EM MINAS
Bolsonaro levou uma facada no dia 6 de setembro de Adélio Bispo de Oliveira, de 40 anos, que deixou o então candidato com risco de morte. Bolsonaro foi levado às pressas para a Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, onde passou por uma cirurgia de emergência por causa de ferimentos nos intestinos grosso e delgado e em uma veia abdominal.
No dia seguinte ao atentado, a equipe médica decidiu pela transferência de Bolsonaro para o Hospital Albert Einstein.
Durante a internação e a recuperação em São Paulo, o presidente eleito chegou a ser liberado para comer alimentos sólidos. Mas, após apresentar distensão abdominal, cinco dias após a internação no Albert Einstein, a equipe médica suspendeu a alimentação .
Uma tomografia do abdômen, à época, revelou a presença de aderência — uma espécie de faixa de tecido humano — que obstruía o intestino delgado, um dos locais atingidos pela facada.
Bolsonaro , que já liderava a corrida presidencial quando foi atacado, precisou permanecer internado por 23 dias. Por causa do ataque, ele ficou fora da campanha nas ruas e os debates na televisão. Desde então, intensificou a busca por votos nas redes sociais, com lives no Facebook feitas de casa .