Produtores testam tecnologias que facilitarão mapeamento e transporte da castanha-do-Brasil em Manicoré-AM

Uso de cabos aéreos e drones são equipamentos apresentados aos extrativistas da Região/Fotos> Idam

Novas tecnologias que irão facilitar o processo de mapeamento e transporte da castanha-do-Brasil estão sendo desenvolvidas em Manicoré, a 332 quilômetros de Manaus, iniciativa que faz parte do Projeto Integrado da Amazônia (PIA), executado pelo Fundo Amazônia, em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam) e Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

Tecnologias como o uso de cabos aéreos e drones, que serão utilizados na atividade florestal, foram apresentados aos extrativistas da região. Na última semana, as instituições parceiras estiveram no município para realizar capacitação e treinamento para as famílias que trabalham com a produção de castanha-do-Brasil.

De acordo com a pesquisadora de Ciências Florestais da Embrapa Amazônia Ocidental, Kátia Silva, com apoio do Fundo Amazônia, a Embrapa tem desenvolvido algumas ações de transferência de tecnologias.

“Estamos trabalhando inicialmente em Manicoré, nas comunidades Jatuarana, Democracia, Água Azul e outras localidades do entorno, para levar tecnologias como o uso de cabos aéreos, que irão facilitar no transporte da castanha-do-Brasil em locais de difícil acesso”, explicou Kátia, ao ressaltar que a presença dos jovens nesse processo é importantíssima, visto que futuramente eles irão manusear essas novas ferramentas.

Segundo Kátia, o uso de cabos aéreos no transporte do produto reduz o tempo de extração da castanha in natura e também o esforço físico. Na oportunidade, foi realizado um treinamento com os participantes sobre como manusear drones que serão utilizados futuramente na identificação de áreas e mapeamento de castanheiras, processos que facilitam a quantificação do potencial produtivo.

Para a engenheira florestal e instrutora do treinamento, Rosiele Vasconcelos, é importante investir em novas metodologias para quantificar o potencial produtivo das florestas. “Esse é um passo a mais para o estímulo ao uso sustentável da floresta pelas comunidades que vivem do extrativismo, e conciliar tudo isso com o uso de novas tecnologias resulta em ganhos socioeconômicos para as comunidades”, destacou.

Atividade – A programação contou com demonstrações sobre o uso de drone no planejamento florestal, coleta de coordenadas geográficas (GPS) para inventário de recursos florestais naturais, sobrevoo com drone nos castanhais, além de conteúdo a respeito da importância do mapeamento de recursos florestais não madeireiros e os aspectos gerais sobre a castanheira.

Para o gerente do Idam em Manicoré, Rigoney Nascimento, ações como esta são fundamentais para a melhoria da qualidade de vida dos agricultores familiares e extrativistas do município.

“O Idam é parceiro do projeto e está sempre à disposição para iniciativas que visam beneficiar o agricultor familiar e produtor rural, de forma a valorizar a vida de quem trabalha no campo”, disse o gerente, ao destacar que, nesta fase, o Instituto deu apoio logístico para a realização das atividades do projeto.

Além de Kátia Silva, da Embrapa, e de Rosiele Vasconcelos e Rigoney Nascimento, do Idam, participaram das metodologias a pesquisadora do Inpa, Francisca Dionízia de Almeida; a engenheira agrônoma da Secretaria de Estado de Produção Rural e Sustentabilidade (Sepror), Mariza Lisley; o instrutor do curso de cabos aéreos, Fabiano Rodrigues; o extensionista da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf), Tamme Barros. O evento teve ainda a participação de agricultores familiares.