Aproximadamente 50 professores do município de Japurá, a 774 km de Manaus, formaram-se ontem, terça-feira (10) no Curso de Magistério Indígena. A graduação faz parte do Projeto Pirayawara, que tem como principal objetivo a formulação de uma política que atribua lugar e função à escola indígena, com o intuito de proporcionar a formação destes professores com efetiva participação da comunidade.
Desenvolvido pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc-AM) e executado pela Gerencia de Educação Escolar Indígena (GEEI) – em parceria com a Prefeitura do município -, o programa de formação tem o currículo baseado na legislação da Educação Básica Profissional e é reconhecido pelo Conselho Estadual de Educação do Amazonas.
O curso foi aplicado junto a indígenas das etnias Baré, Tukano e Makunadeb, com aulas presenciais e semipresenciais com base em metodologia diferenciada, valorizando os conhecimentos tradicionais.
De acordo com o gerente do GEEI, Alcilei Vale Neto, no município de Japurá, a conclusão do Projeto é um sonho realizado e representa o fortalecimento da educação indígena.
“O Magistério Indígena forma os professores enquanto pesquisadores de seu próprio universo cultural, possibilitando-lhes condições para gerirem seus processos próprios de aprendizagem, fortalecendo a identidade étnica de seus membros e mantendo sempre uma convivência equilibrada com a sociedade envolvente”, disse.
Sobre o Projeto Pirayawara – Três princípios básicos norteiam o programa. São eles: a organização, a participação e a solidariedade. O curso tem duração de quatro anos e seis meses, com nove etapas – sendo duas por ano.
Ainda conforme Alcilei, o Projeto Pirayawara teve início na década de 1990 e já formou 1.718 professores.
“Até o momento, já alcançamos 37 municípios. Somente neste ano de 2019, o Projeto deve obter um total de 288 professores formados e, em 2020, teremos mais 424 educadores que receberão o diploma de Magistério Indígena”, contou.