O projeto ‘Saúde em Nossas Mãos – Melhorando a Segurança do Paciente em Larga Escala no Brasil’, executado no Hospital Universitário Francisca Mendes (HUFM), entre fevereiro de 2017 e dezembro de 2020, reduziu em mais de 50% Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Coronariana do HUFM, e resultou na economia anual de mais de R$ 400 mil com o retorno de R$ 1,8 milhão para o Sistema Único de Saúde (SUS).
A iniciativa visa melhorar a segurança dos pacientes, com a implementação de práticas das diretrizes de prevenção de infecções, relacionadas à ventilação mecânica, uso de cateteres e de sondas vesicais, em leitos de UTI, das cinco Regiões do Brasil.
A UTI Coronariana do HUFM, sob a gestão da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), foi selecionada pelo Ministério da Saúde para participar do projeto, realizado por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), e recebeu a consultoria do Hospital Albert Einstein, um dos cinco Hospitais Proadi-SUS do Brasil.
“Ressalto a importância de incentivar projetos dessa natureza no hospital, principalmente pela sua especialidade, de referência no tratamento de doenças cardiovasculares na rede pública de saúde, e pela necessidade de protocolos de segurança, que proporcionem ampliar a qualidade na assistência prestada aos nossos pacientes”, declarou a secretária executiva adjunta de políticas de saúde da SES-AM e responsável pela gestão do HUFM, Nayara Maksoud.
Ambiente de risco – A líder do projeto e coordenadora da UTI Coronariana, Tayanna Fortes, afirmou que os dispositivos invasivos, utilizados para manutenção da vida dos pacientes internados em leitos de UTI, são um dos maiores contra indutores do desenvolvimento de infecções.
“A implantação de ferramentas simples e com custos baixos, mantendo a qualidade na assistência, foram adotadas dentro do setor e permitiu a redução de 50% das infecções. Fizemos uma estimativa dos gastos evitados durante o projeto e a economia gerada somou R$ 1,8 milhão, em razão do uso de menos medicamentos, como antibióticos, e outros materiais do hospital”, explicou a enfermeira.
Resultados – O projeto diminuiu o número de Infecção Primária da Corrente Sanguínea Associada a Cateter Venoso Central (IPCSL), Infecção do Trato Urinário (ITU) e ocorrências de Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAV), além de contribuir para que 12 vidas fossem salvas na UTI Coronariana, uma vez que as infecções com probabilidade de morte foram evitadas.
A iniciativa também diminuiu o tempo de permanência de pacientes na UTI, contribuiu para rotatividade dos leitos e na redução da fila de espera dos pacientes cardiopatas dos Prontos-Socorros 28 de Agosto, João Lúcio e Platão Araújo, que necessitam de cuidados de terapia intensiva, conforme a coordenadora do projeto.
“Nós tivemos ganhos importantíssimos em relação ao tempo de permanência do paciente na UTI. Ficando menos tempo, o índice de infecção vai ser menor e, logo, a porcentagem de óbitos. Isso salva vidas e gera para o SUS uma economia de materiais, equipamentos e mão de obra. Mesmo com a pandemia, conseguimos manter o projeto e finalizamos com resultados satisfatórios”, declarou a líder do projeto.
Segundo a coordenadora, as práticas executadas durante o projeto continuam sendo aplicadas no setor, com o propósito de expandir a iniciativa para as outras UTIs da unidade hospitalar, podendo assegurar a economia de outros recursos para o SUS. Entre os membros do projeto estão o coordenador médico da UTI Coronariana, Aníbal Freire, a fisioterapeuta Juliana Maués, a enfermeira Cinthia Takatani e a direção do HUFM.