A iniciativa de quatro professores da Escola Estadual Frei Sílvio Vagheggi, localizada no Centro de Manaus, tem rendido boas reflexões aos alunos da unidade escolar. Pensado com o objetivo de reinventar a quarentena, o projeto “Fala Aí” trouxe a possibilidade de tratar de temáticas transversais, conectadas aos conteúdos escolares, e, ainda, expandir o uso consciente da Internet e das redes sociais.
“Nosso objetivo inicial era conectar os alunos da nossa escola ao projeto, convidando-os a usar a Internet e as redes sociais não só para lazer. Porém, o projeto se expandiu ao ponto de ultrapassar as fronteiras do estado e da idade que imaginamos para o nosso público. Hoje, em média, alcançamos pessoas entre os 14 e 40 anos”, afirmou a professora Larissa Penha.
De acordo com ela, o que poderia ter sido apenas uma extensão das atividades presenciais, tornou-se um projeto que alcançou espectadores de Belém e São Paulo, por exemplo.
Com discussões acerca de racismo, gordofobia e temáticas LGBTQI+, o “Fala Aí” tem envolvido estudantes e outros espectadores através de lives no Facebook, Instagram e YouTube, onde é possível transmitir com melhor qualidade a tradução em Libras.
“O primeiro tema foi ‘Minha Cor: Geneticamente iguais, linguisticamente separados’, em que nós falamos sobre o racismo pela visão da biologia e como ele se dá na Língua Portuguesa. Não há uma obrigatoriedade para a participação deles [alunos], mas nós fazemos as divulgações nas redes da escola e nos grupos de WhatsApp”, explica Larissa.
A estudante do 3º ano do ensino médio, Jordana Souza, ressalta a importância da iniciativa para os alunos. “É muito legal ver que os professores criaram esse projeto pensando no próximo e em um meio de ajudar os estudantes. Acho importante continuar a debater assuntos que algumas vezes não vemos dentro da sala de aula”, disse.
Na última live, transmitida na sexta-feira (03/07), o grupo discutiu o tema “O ontem e hoje do Movimento LGBTQI+ na luta pelos direitos humanos”. O bate-papo teve como palestrantes Michele Lima, ativista da Associação de Travestis e Transsexuais e Transgêneros no Amazonas (ASSOTRAM) e mestranda em História Social pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes); e Lidiany Cavalcante, professora e pesquisadora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e ativista de direitos humanos.