A atriz Regina Duarte tomou posse nesta quarta-feira(04), na Secretaria Especial de Cultura do governo Jair Bolsonaro, mas a nomeação causou repercussão negativa na maior parte dos comentários nas redes sociais. A hashtag #ForaRegina chegou ao primeiro lugar do Twitter no Brasil durante a manhã.
Demissões promovidas pela nova secretária atraíram críticas da ala do governo ligada a Olavo de Carvalho, bem como de seus apoiadores. Do outro lado do espectro, pela esquerda, a nomeação da atriz já tinha sido recebido com frieza quando foi anunciada, ainda em janeiro.
Mesmo com a repercussão majoritariamente negativa, alguns políticos e artistas saíram em defesa da atriz.
A deputada estadual de São Paulo, Janaína Paschoal (PSL), escreveu que um governo precisa contemplar as nuances da sociedade.
Com ar mais crítico, o próprio Olavo de Carvalho, considerado guru por apoiadores do governo Bolsonaro, escreveu que “aplaudir a indicação da Regina Duarte parece ter sido uma cagada minha, mais uma entre tantas. Não sei onde vou arranjar tanto papel higiênico”.
Em um comentário ao Estado, o cartunista Mauricio de Sousa foi mais brando. “Desejo toda a força para ela. Confio na cabeça dela, o esquema é que às vezes prejudica. Passamos por diversas experiências na vida e aprendemos com tudo. Tomara que ela tenha força.”
Já a professora da Universidade Federal do Ceará e ativista de esquerda Lola Aronovich lembrou, no Twitter, que a atriz não tem bom trânsito em nenhum espectro do campo político, antes de dar uma alfinetada.
O ator José de Abreu, militante nas redes sociais e crítico frequente do governo Bolsonaro, também comentou a posse.
Conhecido apoiador de Bolsonaro, o ator Carlos Vereza esteve presente na posse da nova secretária e disse que a amiga tem sim condições de pacificar o setor. “Precisa parar de reclamar e trazer propostas. Ela está muito aberta a isso”, afirmou ao Estado. No Facebook, ele escreveu: “Bela apresentação de Regina Duarte em sua posse como secretaria de cultura”.
Maria Paula, ex-integrante do humorístico Casseta & Planeta, também esteve presente. Ela elogiou o discurso “pela pacificação” do setor cultural do País feito por Regina. “A cultura não tem nada a ver com partido político, com direita e esquerda. Cultura é de todos, o Brasil é plural e todo mundo tem de ter vez aqui”, afirmou.
Em janeiro, o Estado entrou em contato com ex-ministros da Cultura e artistas e profissionais da área para repercutir a nomeação. para conferir. / Com Maria Fernanda Rodrigues e Tânia Monteiro.(Terra/Estadão)