Erick Souza e Mikelly Souza são pais da pequena Emily Souza, de apenas três anos de idade e que faz parte do programa de Triagem Neonatal da Policlínica Codajás, desde 2019.
Com a chegada da pandemia, em meados de março de 2020, o pai conta que teve que se resguardar para evitar a contaminação com a Covid-19. Nisso, deixaram de frequentar as consultas importantes que a filha obtinha na unidade de saúde.
“Sentimos muito nesse período, pois nossa filha faz acompanhamento por suspeita de hipotireoidismo congênito e sabemos da importância do tratamento, para que tudo fique bem”, relatou.
Com o passar dos meses e a falta da paciente, a equipe formada por endocrinopediatra, pediatra, psicóloga, assistente social e enfermeira buscaram a família da paciente e conseguiram resgatar a criança para o retorno do tratamento.
O Serviço de Referência em Triagem Neonatal tem como uma de suas obrigações a Busca Ativa de pacientes faltosos ou que abandonaram o tratamento.
A proposta é ir até o endereço do paciente e familiares, para saber o real motivo de abandono nas consultas, na busca de soluções para o retorno do paciente.
O ambulatório especializado realiza o acompanhamento de pacientes que após a realização do teste do pezinho, foi detectado precocemente doenças congênitas, que precisam ser tratadas para prevenir e reduzir a morbimortalidade, provocadas pelas patologias triadas.
O abandono no tratamento pode levar ao agravamento das doenças, sequelas e até a morte. Com uma equipe multidisciplinar da Policlínica Codajás, a busca ativa é feita primeiramente através de consulta à frequência do usuário.
Para o diretor geral da Policlínica Codajás, Ráiner Figueiredo os profissionais do programa de Triagem Neonatal da Policlínica Codajás têm um papel fundamental no resgate de pacientes que por algum motivo pessoal não puderam mais ir à policlínica Codajás.
“Esse trabalho é de suma importância para todos, pois mostra que o Governo do Estado tem a preocupação não somente de oferecer o serviço na unidade, mas também ir atrás daqueles que precisam continuar o tratamento na unidade. Isso é cuidar de vidas humanas. É ter empatia com o próximo”, ressaltou.
Contato – Logo após detectar pacientes em falta, o serviço social faz inicialmente uma tentativa de contato por telefone e, sem sucesso, é feito uma programação para visita a domicílio.
Durante a visita à casa do paciente com a equipe de triagem, são realizadas orientações, convocações e escuta de queixas para formalizar um posterior diagnóstico da situação em busca de soluções para o usuário.
Em média, cerca de cinco pacientes são resgatados ao mês na busca ativa em domicílio e 20 via contato telefônico. Segundo a enfermeira da Policlínica Codajás, Jane Greice Batista, a busca é de grande importância e relevância. “Temos obtido ótimos resultados e intervenções satisfatórias e isso tem contribuído para melhoria da qualidade de vida de nossos amazonenses”, enfatizou.
Entre os problemas de saúde mais graves e comuns e que precisam de acompanhamento neonatal está o hipotireoidismo congênito, fenilcetonuria, hiperplasia adrenal congênita, fibrose cística e deficiência de biotinidase.