A estiagem extrema que aflige o Norte do Brasil provocou um novo recorde negativo na seca dos rios da Amazônia. Desde o último domingo (22), o rio Negro baixou, pela primeira vez em 121 anos de medição, para menos de 13 metros de profundidade. Os dados são do Serviço Geológico Brasileiro (SGB), que mede o nível do rio diariamente em Manaus (AM).
Nesta quarta-feira (25), o rio Negro, conforme medição no Porto de Manaus, está na cota de 12,73 metros, mas vem desacelerando sua descida, saindo de 10cm por dia para 6cm, em média. Já o rio Solimões, em Tabatinga, subiu 15cm.
O nível do rio amazônico atinge novos patamares de seca diariamente desde a última segunda-feira, 16, quando ultrapassou o limiar de nível mínimo histórico, apontando 13,59 metros. Anteriormente, a cota mais baixa foi registrada em 2010, com 13,63 metros, em uma estiagem que provocou estragos devastadores na região.
No Porto de Manaus, onde a medição é realizada diariamente, o rio Negro baixou para 12,99 metros no domingo. Na segunda-feira (23/10), caiu para 12,89 metros. A título de comparação, quando está cheio e preenchendo a orla do porto, o Negro chega a atingir uma cota que varia entre 27 metros e 29 metros.
El Niño A previsão de especialistas é que o rio demore a atingir um patamar de normalidade, uma vez que os padrões de chuva na região foram afetados pelo fenômeno El Niño, provocando atraso na subida das águas. É possível, ainda, que a descida do rio Negro persevere por mais duas ou três semanas, indica o pesquisador de geociência do SGB Marcus Suassuna.
No Alto do Rio Negro os níveis mínimos deverão ser observados apenas em 2024, aponta Suassuna. “Em locais onde a estiagem ocorre em fevereiro, a situação é bem preocupante porque já são registrados níveis bem baixos, e o prognóstico até fevereiro não é favorável, em razão dos impactos do El Niño na região que seguirão fortes até o primeiro semestre do ano que vem”.(Portal Marcos Santos)