Na noite de ontem, quinta-feira (0), o secretário de Estado de Saúde, Marcellus Campêlo, apresentou à deputada estadual Mayara Pinheiro, ferramentas de gestão utilizadas pela Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) que estão diminuindo o tempo de permanência de pacientes nos prontos-socorros e dando maior resolutividade nos atendimentos de urgência e emergência.
Presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), a parlamentar visitou o Hospital e Pronto-Socorro (HPS) 28 de Agosto, localizado na zona centro-sul de Manaus. Na unidade, Marcellus Campêlo apresentou a ela os primeiros resultados alcançados com duas ações em execução naquele HPS: o programa “Lean nas Emergências” e o plano “Giro de Leitos – 30 dias”.
“Nossa política é de aproximação com os órgãos de controle e com o parlamento. Em audiência pública na semana passada, apresentamos à deputada Mayara nossa meta de desospitalizar 180 pacientes dos HPS na área de ortopedia. Esse projeto foi de interesse da comissão e fiz o convite para que a deputada viesse ao HPS 28 de Agosto. E aproveitamos para mostrar não só o projeto ‘Giro de Leitos’, mas também o ‘Lean nas Emergências’, onde temos aplicado ferramentas de gestão que estão apresentando resultados fantásticos de queda no tempo de permanência do paciente na unidade”, ressaltou Marcellus.
As duas iniciativas fazem parte do planejamento do programa Saúde Amazonas, que entre outras ações prioritárias tem a reestruturação e reorganização da rede estadual de saúde nos próximos dois anos.
Caminho certo – A deputada estadual elogiou a adoção das ferramentas de gestão na unidade. Segundo Mayara, na Comissão de Saúde da Aleam, ela sempre defendeu esse caminho. Para a parlamentar, os primeiros resultados alcançados no 28 de Agosto mostram que a SES-AM vem tomando decisões acertadas.
“Fico feliz em ver o entusiasmo da equipe e comprometimento da gestão de saúde atual. A meu ver, iniciou-se um caminho certo. Há muitos desafios pela frente, mas o importante é começar e evoluir”, declarou Mayara Pinheiro.
Mais altas, mais leitos – O “Giro de Leitos – 30 dias” é o plano executado pela SES-AM para garantir a desospitalização mais rápida de pacientes de áreas que exercem grande pressão nos hospitais e prontos-socorros, como as cirurgias ortopédicas. O perfil dos pacientes operados permite altas de 24 ou 48 horas após a cirurgia, o que aumenta a rotatividade de leitos nos hospitais.
A ação também está inserida no plano de contingência montado pelo Governo do Amazonas para o período sazonal das Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAGs), que trabalha na reorganização da rede com o aumento no número de leitos.
Para aumentar o número de cirurgias ortopédicas nas unidades, os procedimentos estão sendo realizados em um horário diferenciado, além do que já é rotina dos hospitais. No HPS 28 de Agosto, o trabalho tem sido executado no período da noite.
Na primeira semana do “Giro de Leitos – 30 dias”, os três grandes HPSs da capital – João Lúcio Machado, Platão Araújo e 28 de Agosto – realizaram 76 cirurgias ortopédicas. A produção equivale a um aumento de quase 70% do que era previsto pela SES-AM nesse início do planejamento.
Reforço – As unidades foram reforçadas com recursos humanos, equipamentos e insumos. A SES-AM contratou de forma temporária, pelo período de 30 dias, 85 técnicos de enfermagem para reforçar o quadro das três unidades. Também foram adquiridos materiais, como perfuradores, e houve reforço no abastecimento de órteses, próteses e materiais especiais (OPMEs), indispensáveis para a realização dos procedimentos.
Sem superlotação – O “Lean nas Emergências” é um projeto do Ministério da Saúde implementado pelo Hospital Sírio-Libanês. Seu principal objetivo é reduzir a superlotação nas urgências e emergências de hospitais públicos.
Com pouco mais de 1 mês no 28 de Agosto, as ferramentas de gestão de fluxo de atendimento do “Lean nas Emergências” conseguiram, por exemplo, reduzir de 7,2 horas para 2 horas o tempo de permanência no hospital de pacientes menos graves, aqueles que não precisam de internação.
No mesmo período, o programa conseguiu reduzir também a média do tempo de internação na unidade – que passou de 8,3 dias, antes da ação, para 7,5 dias, atualmente. A redução, que equivale a 10%, significa quatro leitos livres a mais por dia.