Seduc-AM e Associação Brasileira de Déficit de Atenção capacitam profissionais da educação

Secretário Luiz Castro(Seduc) profere palestra sobre a capacitação/Cleudison Passarinho

Em parceria com a Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA), a Secretaria de Estado de Educação (Seduc-AM) está promovendo o “Curso de capacitação para profissionais da Educação – TDAH”. A programação teve início nesta sexta-feira (29) e foi concluída ontem, sábado (30), no auditório anexo do Centro de Treinamento Padre José de Anchieta (Cepan), na sede da secretaria.

Durante o primeiro dia, o secretário de Estado de Educação, Luiz Castro, salientou que ‘há maravilhas nas diferenças e é preciso compreender, harmonizar e acolher’. Para ele, a capacitação é o início do reconhecimento da necessidade um ‘olhar especial’ para TDAH.

“Vivemos em um ambiente difícil na educação, que vai além do processo de lecionar com qualidade. Falamos hoje de esperança, de continuar trabalhando para fazer o melhor possível, com dedicação e interdisciplinaridade, adotando medidas para identificar, acompanhar e auxiliar o aluno com TDAH e/ou dislexia”, assinalou.

Castro ressaltou, ainda, que é um dos seus objetivos a frente da Seduc-AM cumprir a Lei 4.790, de sua autoria como deputado estadual na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). “Vamos começar com a capacitação permanente dos profissionais para atuar nas nossas escolas”, ressaltou.

ABDA – A presidente da ABDA, Iane Kestelman, afirmou que uma das missões da Associação é difundir informações sobre o Transtorno, em todo o Brasil. Psicóloga e psicanalista, Iane é mãe de dois filhos com TDAH e é uma das palestrantes do evento. “Eles tiveram muitos prejuízos e poderiam ter ficado à margem da sociedade se eu não tivesse a sorte de ser psicóloga, ter achado TDAH, levá-los ao médico e construir uma possibilidade de caminho para eles. E não é isso que acontece com a maioria das crianças no Brasil, o que acaba sendo um dos maiores motivos de evasão escolar”, assinalou a presidente.

Ainda sobre a evasão escolar, Ianê disse que, para além das questões sociais e culturais, existem as neurobiológicas: as crianças já nascem com este Transtorno e, independentemente das condições, elas terão o TDAH e poderão sofrer diversos tipos de prejuízos, sem contar com a educação formal.

“Fomos convidados a fazer o curso de capacitação aos professores para que eles tenham consciência da questão e possam começar a perceber e a acolher essas crianças na sala de aula, para que não deixem de aprender e saiam da escola”, salientou Ianê.

Núcleo em Manaus – A capital amazonense tem o mais novo Núcleo da ABDA, inaugurado oficialmente hoje (29), durante a Capacitação, que tem como presidente a professora da rede estadual Sheila Reis. “O Amazonas é privilegiado porque tem leis nos âmbitos estadual e municipal e vamos trabalhar para as melhorias na qualidade de vida de quem tem o Transtorno. O estudante com TDAH é o mesmo que qualquer outro aluno, fisicamente”, ressaltou.

Valter Barbosa dos Santos Neto, aluno da Escola Estadual Solon de Lucena, tem TDAH e foi mestre de cerimônias na abertura do evento. Ele é filho da professora Sheila.

ABDA – Fundada em 1999, com o objetivo de disseminar informações corretas, baseadas em pesquisas científicas, sobre o Transtorno, a ABDA tem sua sede no Rio de Janeiro e nove Núcleos Belo Horizonte (MG), Brasília, Florianópolis (SC), Porto Alegre (RS), Rio Branco (AC), São Paulo (SP), Tijuca (RJ), Vitória (ES) em Manaus (AM).

FOTOS: Cleudilon Passarinho