O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, falou, hoje, quinta-feira (24), sobre a investigação envolvendo o senador eleito Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro e, de acordo com ex-juiz da Lava-Jato, o Governo Federal não pretende interferir no caso de movimentações atípicas nas contas bancários de Flávio. O ministro é um dos membros da comitiva brasileira no Fórum Econômico Mundial, em Davos na Suíça.
“O governo nunca vai interferir no trabalho dos investigadores ou no trabalho com promotores”, disse Moro , em entrevista à agência Reuters. O ministro ainda minimizou o caso envolvendo o ex-assessor Fabrício Queiroz. “Essa é uma investigação preliminar, não há nada conclusivo sobre isso e no momento o caso está nas mãos dos promotores estaduais. Então, eles estão fazendo seu trabalho de maneira normal”, explicou.
Também em Davos, o presidente Jair Bolsonaro comentou as suspeitas sobre seu filho, em uma entrevista à agência de notícias Bloomberg na qual afirmou que as acusações contra Flávio são “inaceitáveis” e que, caso sejam confirmadas, o senador eleito deverá ser punido.
Sem entrar e detalhes e se aprofundar no caso, Bolsonaro disse que “se por acaso Flávio errou e isso ficar provado, eu lamento como pai. Se Flávio errou, ele terá de pagar o preço por essas ações que não podemos aceitar”.
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) quer esclarecer as movimentações financeiras atípicas nas contas do ex-assessor parlamentar de Flávio Nantes Bolsonaro (PSL) identificadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras ( Coaf ).
Segundo o órgão responsável por identificar esse tipo de atividade financeira suspeita, ele recebia sistematicamente transferências bancárias e depósitos feitos por oito funcionários que trabalharam ou ainda trabalham no gabinete parlamentar de Flávio Bolsonaro na Alerj. Os valores suspeitos giram em torno de R$ 1,2 milhão.
Entre as movimentações financeiras atípicas registradas pelo Coaf, há também a compensação de um cheque de R$ 24 mil pago à primeira-dama, Michelle Bolsonaro, além de saques fracionados em espécie no mesmo valor dos depósitos suspeitos feitos nas respectivas vésperas. Em entrevista, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o cheque é parte do pagamento de uma dívida de R$ 40 mil e que era possível até que mais depósitos surgissem.
Na mesma entrevista, Moro também defendeu o decreto sobre posse de armas feito pelo governo. De acordo com o ministro, a medida não é uma grande mudança em relação à lei anterior.(iG)