Após um ano de implementação do Sistema de Transferência de Emergência Regulada (Sister) da Secretaria de Estado de Saúde (Susam), o tempo de transferência de pacientes para unidades de urgência e emergência reduziu, em Manaus, de 48 horas para 12 horas; e no interior, de até 5 dias para 33 horas. Durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), a ferramenta tem sido fundamental para garantir a remoção, em tempo hábil, de pacientes que precisam de atendimento de alta complexidade para as unidades de referência da capital.
“O Sister é um sistema de transferência regulada, que organiza o acesso e garante o atendimento do usuário de uma unidade de menor complexidade para uma unidade de maior complexidade, dependendo da necessidade dele. Ele é utilizado para trazermos os pacientes do interior para Manaus e também dos Serviços de Pronto Atendimento (SPAs) e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) para uma unidade de maior complexidade”, explica a coordenadora das Centrais de Internação e Urgência do Complexo Regulador do Amazonas, Mônica Melo.
Antes da criação da ferramenta, a regulação era realizada via telefone ou WhatsApp, o que não permitia unificar o sistema. O Sister formalizou, organizou a fila de pacientes e deu mais transparência ao processo. “Ele (Sister) garante o acesso. O paciente vem já com o leito reservado, com o médico que irá atendê-lo ou, no caso de um exame, já vem com agendamento para ser realizado”, detalhou Mônica Melo, ao ressaltar que um questionário específico para pacientes de Covid-19 foi criado, no início da pandemia.
A secretária de Estado de Saúde, Simone Papaiz, avalia que a implantação de um sistema integrado, que possibilite ter informações sobre os pacientes internados e que precisam de remoção em todo o estado, é um grande avanço alcançado pela Susam, principalmente quando se leva em consideração as características geográficas do Amazonas.
“Com 61 municípios espalhados em uma área tão grande quanto é a do estado do Amazonas, ter uma ferramenta como Sister é fundamental para que a secretaria consiga oferecer atendimento aos amazonenses que estão fora da capital. A ideia é que consigamos aprimorar o sistema, constantemente, para que se torne cada vez mais eficiente”, observou a titular da Susam.
Redução – Em um ano de funcionamento, 11,9 mil transferências foram autorizadas pelo Sister, sendo 4,7 mil na capital e 7,1 mil nos municípios do interior. Antes, o paciente do interior aguardava de três a cinco dias, em média, para ser transferido para a capital. Hoje, a média de espera é de 33 horas. Em Manaus, a espera reduziu de 48 horas para 12 horas.
“Esse procedimento acontece por solicitação dos médicos que estão nas unidades solicitantes. É um formulário preenchido com todos os dados do paciente em questão, condições clínicas, todas as características de urgência. O médico da regulação do Sister avalia esse formulário, classifica e qualifica o grau de urgência e emergência, verifica qual é a necessidade daquele paciente e que leitos nós temos na rede. Então, a gente faz a regulação dos leitos”, pontuou a médica reguladora Larissa Damasceno.
A redução do tempo de espera por um leito ou procedimento de urgência e emergência representa, para o paciente, mais chances de recuperação.
“Ele (paciente) chega mais rápido ao leito de suporte e o sistema não fica desorganizado, que era o que acontecia antes. Às vezes o paciente estava em uma condição clínica muito difícil, a unidade solicitante tinha a obrigação de transferir imediatamente, sem um norte, e isso causava um agravo. Hoje o sistema de regulação, além de conseguir reduzir esse tempo, consegue mapear os leitos e ofertar para a população um leito mais seguro com o suporte necessário. Isso repercute sim na qualidade do atendimento e nas chances do paciente”, assegura a médica.