Com a pandemia do Coronavírus sendo pauta em todo mundo, o vereador Elias Emanuel levantou em seu discurso na tribuna da Câmara Municipal de Manaus (CMM), a questão dos cuidados preventivos que devem ser adotados durante as viagens fluviais para o interior e exterior. Em o todo país portos vem sendo fechados para cruzeiros internacionais, mas no Amazonas, as embarcações são os principais meios de transporte.
De acordo com o Portal Amazônia, a estimativa é que no Amazonas, aproximadamente 2,5 milhões de pessoas utilizem embarcações como meio de transporte e 1,5 milhão de toneladas de cargas são deslocadas no estado através dos rios. Se considerarmos toda a região Norte, os números sobem para quase 10 milhões de passageiros, o que segundo Elias é algo difícil de controlar.
“Um barco que vai para Santarém, por exemplo, leva 72 horas para fazer a viagem, vai lotado de pessoas, de crianças à idosos, todos em redes, um em cima do outro, não tem como prevenir”, disse o parlamentar que sugeriu, inicialmente, a distribuição de álcool em gel nos barcos.
Por prevenção, cruzeiros com destino a Manaus foram cancelados e o último navio da temporada chega nessa na quarta-feira (18/3). De acordo com a Empresa Estadual de Turismo (Amazonastur), após uma reunião com empresários do trade turístico, ficou determinado que dos seis cruzeiros que ainda iriam atracar no Porto de Manaus, este será o último da temporada.
A medida que para muitos comerciantes pode ser drástica, vem sendo tomada de acordo com os padrões internacionais. O MSC Meraviglia foi rejeitado na Jamaica e nas Ilhas Cayman por ter dois passageiros com suspeita de infecção pelo Covid 19, que no fim se confirmou ser apenas uma gripe.
Ana Carolina Cabrinha, viveu na pele a rejeição de aportagem em um país por conta da pandemia. Ao chegar em Punta del Leste, em um cruzeiro que saiu do porto de Santos (SP), a amazonense viu seu navio ser recusado apesar de ninguém ter apresentado
sintomas da doença. Os turistas que estavam na embarcação, que estava em seu último roteiro, voltaram ao Brasil com uma mistura dos sentimentos de alívio e frustração.
“Ainda chegamos a parar em Punta del Leste, mas avisaram que não poderíamos desembarcar, aguardamos pelas redondezas das 7 da manhã até por volta das 11h30, quando fomos informados da decisão de que não poderíamos descer mesmo, aí seguimos viagem de volta a Santos”, relata.
A funcionária pública experiente em cruzeiros, conta ainda que as medidas de prevenção dentro do navio eram as mesmas de sempre. Álcool em gel apenas nos restaurantes e a equipe de limpeza 24h de plantão.
Para Elias Emanuel é importante que as campanhas de prevenção também sejam realizadas nos transportes intermunicipais, uma vez que a estrutura nem se compara com a de grandes navios.
“A maioria das pessoas que andam de barco na região Amazônica, são pessoas que não tem condições de pagar por uma passagem aérea, uma vez que os preços são abusivos e por isso elas se propõe a viajar dias e dias. Elas não merecem cuidado, proteção e segurança também? Muitos especialistas dizem que quem mais vai sofrer com essa pandemia são as pessoas de baixa renda, a nossa função é não permitir”, encerrou o parlamentar.