O Amazonas ocupa o primeiro lugar em taxa de incidência da doença no Brasil, com 64,8 casos por 100 mil habitantes. Entre janeiro e agosto deste ano, 1.980 casos foram notificados, enquanto que, no mesmo período de 2020, foram notificados 1.928 casos da doença.
A tuberculose é transmissível pelo ar e pode ser causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch, que tem evolução costumeiramente lenta, podendo levar semanas, meses ou até mesmo anos para apresentar os primeiros sintomas no organismo humano.
O diretor-presidente da FVS-RCP, Cristiano Fernandes, destaca que uma das ações da Vigilância em Saúde para a doença é a capacitação de profissionais da saúde. “Nós realizamos treinamentos tanto para assistência ao paciente, quanto no diagnóstico clínico. Monitoramos também os casos nos municípios e prestamos suporte com assessoria técnica permanente, caso necessário”, esclarece Cristiano.
Segundo a coordenadora do Programa Estadual de Controle da Tuberculose da FVS-RCP (PECT/FVS-RCP), Marlucia Garrido, a bactéria da tuberculose pode infectar diversas pessoas que convivem com doentes de tuberculose e somente desenvolver a doença em casos de imunidade enfraquecida.
“É possível que muita gente tenha a bactéria em seus organismos, mas não desenvolveram a doença por estarem saudáveis. No entanto, se a imunidade enfraquecer, a doença pode se desenvolver em qualquer fase da vida”, explica Marlucia, acrescentando que o período de incubação da doença é mais lento, pode durar a vida toda e se manifestar ou não, dependendo do organismo de cada pessoa.
Prevenção – De acordo com Marlucia, a principal forma de se prevenir da tuberculose é estar atento aos sintomas da tuberculose, pois podem ser confundidos com os sintomas da Covid-19, em que a tosse persiste por uma semana, além de sintomas gripais. “O principal sintoma que diferencia as duas doenças é o tempo de duração da tosse. Na tuberculose, a duração é de duas semanas ou mais, porém é comum também o paciente apresentar falta de apetite e perda de peso, febre baixa no fim do dia e sudorese noturna”, disse a coordenadora do PECT/FVS-RCP.
Tratamento – Ao apresentar sintomas suspeitos de tuberculose, é necessário procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e informar os sintomas. Na unidade, o paciente será submetido a um exame de baciloscopia direta de escarro e, caso seja detectada a Mycobacterium tuberculosis, a pessoa receberá o tratamento diretamente pela UBS.
Ainda conforme Marlucia, é importante seguir corretamente o tratamento para garantir a recuperação e quebra da cadeia de transmissão. “Quem não realiza o tratamento adequadamente pode continuar transmitindo a doença para outras pessoas. É um tratamento que dura no mínimo de seis meses, gratuito. Seguindo as orientações médicas, é garantida a recuperação completa”, salienta.
Fatores de risco – Algumas condições que podem levar ao agravamento da doença são: má alimentação; vícios como fumo, drogas e alcoolismo; desnutrição; doenças como HIV, diabetes e câncer.
Municípios – Entre os 1.980 registrados no Amazonas este ano, 70,3% estão localizados em Manaus, sendo 1.392 casos na capital. No restante do Estado, os municípios que mais apresentaram casos foram: Manacapuru (60), Tefé (50), Tabatinga (42) e Iranduba (39).
Referência – A FVS-RCP é responsável pela Vigilância em Saúde do Amazonas, incluindo o monitoramento de indicadores de doenças, como a tuberculose, por meio do Programa Estadual de Controle da Tuberculose (PECT), inserido no Departamento de Vigilância Epidemiológica (DVE/FVS-RCP).
O Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), da FVS-RCP, é referência para diagnóstico da tuberculose na região norte do país. A instituição funciona de segunda a sexta-feira, das 08h00 às 17h00, na avenida Torquato Tapajós, 4.010, Colônia Santo Antônio, Manaus.