Vigilância em Saúde Integrada é pauta de debates entre autoridades do Brasil, Colômbia e Peru

Foto: Divulgação

A programação incluiu palestras sobre os sistemas de vigilância e os esforços que estão sendo feitos em cada país…

Com o objetivo de estimular e promover o diálogo em relação à vigilância de doenças de interesse na região da Tríplice Fronteira, entre os países Brasil, Colômbia e Peru, foi realizado, na terça-feira (13/06) e nesta quarta-feira (14/06), o Encontro para Apresentação do Projeto de Vigilância Integrada Global (INSIGHT, sigla em inglês), na Universidade Nacional da Colômbia (UNAL), em Letícia, no país colombiano.

O projeto é uma iniciativa do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) em parceria com a Universidade de Washington. A programação incluiu a apresentação de palestras sobre os sistemas de vigilância e os esforços que estão sendo feitos pelos países na região fronteiriça.

Durante o evento, a diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, apresentou os projetos já desenvolvidos na vigilância em saúde na tríplice fronteira, como também, novas ações que necessitam da formalização do acordo internacional entre os países.

“A região da tríplice fronteira precisa ser olhada de forma diferenciada, por meio de alinhamento de prioridades e iniciativas governamentais, definições de papéis e responsabilidades de cada parceiro que tem como objetivo comum, a qualidade da informação nos indicadores da saúde que irá contribuir, de forma simultânea, os entes envolvidos”, avalia Tatyana.

A diretora da Fundação Oswaldo Cruz – Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz-Amazônia), Adele Benzaken, explica que o fortalecimento da Vigilância em Saúde na região da Tríplice Fronteira (Brasil, Peru e Colômbia) é imprescindível para que haja maior atenção à ocorrência dos agravos que acometem sobretudo as populações mais vulnerabilizadas.

“O fluxo de pessoas nessa região é muito intenso, o que aumenta os riscos de transmissão de infecções, sobretudo as endêmicas, como malária, dengue, entre outras arboviroses, além das ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) e as doenças causadas por vírus respiratórios”, afirmou.

Presente no encontro, o representante da direção regional da América Latina, Panamerican Health-Organization (PAHO), Carlos Arosquipa, aproveitou para lembrar da importância do acordo técnico internacional entre os países, que compõem a tríplice fronteira, e que é um desejo antigo da região.

“Ter uma única sala de vigilância em saúde trinacional que pode ser física ou virtual, é mais que um sonho, é uma necessidade desta região. É por meio dela, que a informação compartilhada pode contribuir com o mapa epidemiológico da saúde”, reforçou.

Para a diretora do Centro de Prevenção de Enfermidades de Loreto, no Peru, Bersy Carol Sánchez, o desafio começa pelos sistemas de informações diferentes entre os países. “É importante a criação de um sistema de informação único e que seja retroalimentado de forma simultânea entre os envolvidos que promovem a saúde”, comentou.

Na oportunidade, a representante da Secretaria Departamental de Saúde do Amazonas da Colômbia, Lígia Reyes, apresentou os desafios da vigilância em saúde no território. “Vigilância não se faz sozinha, precisa-se de uma equipe multiprofissional e especializada para atuar e buscar assim resultados sustentáveis na saúde”, ponderou.

Projeto INSIGHT

Entre os produtos encaminhados durante o evento visando a vigilância na região estão: Fazer o levantamento das capacidades do sistema de análise de dados e de pessoal de cada país; criação de Boletim Epidemiológico dos três países; unificação de um modelo de ficha de notificação para os três países; e a criação de uma rede de notificação e resposta comum entre os países.

Parceria internacional

Participaram do evento representantes de instituições, como Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS); Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, sigla em inglês); Secretaria de Saúde do Departamento do Amazonas na Colômbia; o Centro Internacional de Treinamento e Educação para a Saúde (I-TECH, sigla em inglês), da Universidade de Washington; Fundação Oswaldo Cruz – Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz-Amazônia). Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP).