“Fique tranquilo. Nós estamos aqui, internados, mas está tudo bem e estamos sendo bem tratados. O David está na UTI, mas não tem nada de intubação. Avisa aí”. O aviso e pedido, pelo telefone, foi dado por Marcos Assayag, direto do hospital Samel-Prontocord, onde estava internado com o irmão. Hoje (30/01), nove dias após o cantor David Assayag deixar o hospital, Marquinho, como era conhecido, se tornou mais uma vítima da Covid-19.
A preocupação não foi apenas no auge da infecção com coronavírus. Marquinho cuidava do irmão em todos os detalhes, com enorme atenção. Era empresário, amigo e confidente. Atendia o celular sempre, mesmo na internação, atencioso com quem ligava. “Está tudo bem”, dizia, com um “não posso falar agora”, quando estava em algum procedimento. E retornava as ligações.
David, dia 26/01, ao cantar a música “Ninguém explica Deus”, homenageando os profissionais de saúde que o atenderam, estava emocionado. Era o impacto da própria recuperação e da situação do irmão, ainda internado e lutando contra a pandemia.
David, dia 26/01, ao cantar a música “Ninguém explica Deus”, homenageando os profissionais de saúde que o atenderam, estava emocionado. Era o impacto da própria recuperação e da situação do irmão, ainda internado e lutando contra a pandemia.
Solidário e prestativo
Marcos Assayag, por conta da carreira do irmão, tinha uma grande network, entre os demais artistas. Conversava para acertar detalhes de shows e ajudava, sempre que solicitado.
A morte dele foi muito lamentada no grupo dos “amigos do Rei David”, que inclui levantadores de toadas e apaixonados pelos bumbás de Parintins.
David Assayag deixou o hospital no dia 21/01, depois de 17 dias internado. Ele chegou com 25% do pulmão comprometido e, no dia seguinte, atingiu os 80%. Foi um dos primeiros pacientes a sofrer esse rápido agravamento, que os médicos consideram sintoma da nova variante do coronavírus. A cepa é tida como responsável pela atual onda de Covid-19, no Amazonas e em vários outros Estados e países.
Marcos Assayag, por conta das restrições impostas pela pandemia, não pode ter velório. Mas os amigos já começaram a homenageá-lo, em manifestações feitas nas redes sociais.(Portal Marcos Santos)