Wilson Lima atenderá Procuradoria da República e decretará lockdown em Manaus; Diálogo definirá detalhes

Primeiro embarque de pacientes com covid-19 do Amazonas que serão transferidos para outros estados

A Procuradoria-Geral da República (PGR) recomendou ao Governo do Amazonas nesta sexta-feira (22), que promova o isolamento sanitário mais severo com medidas de restrição no Estado diante do agravamento da segunda onda da pandemia da Covid-19. O documento fala em uso da estratégia de “total isolamento sanitário” e há uma forte tendência de que o chefe do Poder Executivo acate a recomendação federal.

Conforme a recomendação 1/2021, dentro do inquérito civil 1.13.000.000476/2020-99 (PRAM), assinada pela subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, coordenadora interina do Gabinete Integrado de Acompanhamento da Epidemia Covid-19 (Giac), o Governo tem prazo até às 18h deste sábado (23) para informar se acatará o isolamento mais severo, incluindo aumento do período de toque de recolher nos municípios, ou deverá apresentar justificativa fundamentada para a negativa.

Wilson Lima

O governador Wilson Lima deve reunir com representantes dos comitês de crise e de enfrentamento ao coronavírus, além de representantes do setor industrial, para entender o tamanho do novo bloqueio, avaliando o fechamento de fábricas e do comércio ao longo do dia.

Segundo a recomendação da PGR, o governador e o secretário de Saúde devem promover o isolamento sanitário mais severo até que haja demonstração de estabilização ou diminuição da curva de contaminação da Covid, em índice compatível com a estrutura do sistema de saúde disponível, com base em dados comprovados.

No caso de ser acatada a recomendação, o Ministério Público Federal (MPF) deverá ser informado em que termos se fará o cumprimento, com a especificação das providências a serem adotadas.

Considerações Entre as considerações da PGR/MPF constam que até o momento as medidas de isolamento determinadas não refletiram efeito no estrangulamento do sistema de saúde local, nem na diminuição de casos, tratamentos domiciliares, número de mortes etc.

Também cita que “diante da insuficiência de vacinas disponibilizadas até o momento, e da inexistência de medicamentos que impeçam a transmissão da doença, a estratégia de total isolamento sanitário é a que se tem mostrado mais eficaz no retardamento da velocidade de propagação da doença, com mitigação dos impactos sobre o sistema de saúde e o número de óbitos, não apenas que decorram do coronavírus ou de sua associação a comorbidades, mas da incapacidade de adequado atendimento médicohospitalar”.

Colapso

O sistema de saúde do Amazonas está colapsado pela segunda vez desde o começo da pandemia do novo coronavírus. A coordenadora interina do Giac também conversou nesta sexta-feira com o governador do Amazonas sobre recomendação do Ministério Público Federal (MPF) para que o estado amplie as restrições sanitárias que estão em vigor, com o objetivo de conter a disseminação da doença.

Na semana passada, Manaus registrou falta de oxigênio em hospitais. A partir de diálogo entre o Giac, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Ministério da Saúde, as Forças Armadas, a empresa White Martins, fornecedora de oxigênio, e outros órgãos, foi possível chegar a soluções emergenciais, com a chegada do produto à capital amazonense na última sexta-feira (15).(Portal Marcos Santos)