3,7 milhões de crianças devem ser vacinadas em janeiro, diz Saúde

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O Ministério da Saúde informou, nesta quarta-feira (5), que 3,7 milhões de crianças devem ser vacinadas contra a Covid-19 em janeiro. Segundo a pasta, mais de 20 milhões de doses da vacina da Pfizer, que foi aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para serem aplicadas em crianças, foram adquiridas e devem estar à disposição até o fim do primeiro trimestre do ano.

Em coletiva à imprensa nesta tarde, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou a liberação da vacinação contra a Covid-19 para o público infantil. Ao contrário do que vinha sendo anunciado por ele, a pasta decidiu descartar a exigência de prescrição médica para que cada criança seja imunizada, conforme antecipado pelo R7.

O recuo do ministério em relação à obrigatoriedade da prescrição médica tem relação com os resultados da consulta pública sobre a vacinação de crianças feita no site da pasta entre os dias 23 de dezembro e 2 de janeiro. A maioria das 99.309 pessoas que participaram do questionário foi contra a exigência da prescrição.

Agora, a receita médica para que crianças se vacinem contra a Covid-19 será tratada como uma recomendação. Segundo a Saúde, no caso de crianças com comorbidades ou deficiências permanentes, será necessária uma autorização dos pais ou responsáveis para a aplicação dos imunizantes. No caso de presença dos pais no ato da vacinação, haverá dispensa do termo por escrito.

Segundo o Ministério da Saúde, as crianças serão vacinadas de acordo com uma lista de prioridades. Crianças com deficiência permanente ou com comorbidades serão atendidas primeiro, seguidas por aquelas que vivam com pessoas com alto risco para evolução grave de Covid-19.

Após essas duas etapas, o ministério vai liberar a vacinação para crianças sem comorbidades, que será feita em quatro fases, de acordo com a seguinte ordem: crianças entre 10 e 11 anos, crianças entre 8 e 9 anos, crianças entre 6 e 7 anos e, por fim, crianças com 5 anos.

A vacinação em crianças será administrada em duas doses de 10 microgramas com oito semanas de intervalo entre cada uma. Trata-se de um terço da dose administrada a adolescentes e a adultos.

Quando a Anvisa aprovou o uso da vacina da Pfizer em crianças, a recomendação foi de que o intervalo entre as duas doses fosse de três semanas. Segundo a secretária Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite de Melo, esse período foi ampliado para possibilitar uma maior produção de anticorpos neutralizantes.

“Estudos em adultos demonstraram que em um intervalo maior que 3 semanas há maior produção de anticorpos neutralizantes. Temos um benefício maior. E se não estamos em um cenário onde haja necessidade premente de se completar esquema primário, é melhor que esse intervalo se amplie e não seja de 21 dias. Isso serve tanto para adultos como para crianças”, explicou.(R7 Brasília)