A Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) reduziu o tempo de espera de transferência de pacientes com o novo coronavírus (Covid-19) para leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em 80% e para leitos clínicos em 91%, nos últimos dez dias.
Conforme a Central Única de Regulação e Agendamento de Consultas e Exames (Cura), a espera era de cinco dias (120 horas) para leitos de UTI e três dias (72 horas) para leitos clínicos. Atualmente a espera é de 24 horas para leitos de UTI e 6 horas para leitos clínicos.
Esse tempo para transferência pode ser maior em casos em que o quadro clínico do paciente, avaliado por equipe médica, não permita o transporte com segurança.
No final de janeiro, o número de pacientes com Covid-19 aguardando remoção de um leito de menor complexidade para um leito de maior complexidade era de 612. Nessa sexta-feira (05/03), o número de chamados em espera de pacientes com a Covid-19 chegou a 37.
Os novos chamados diários abertos para transferências também tiveram redução de 86,2%, saindo do pico de 196 em janeiro para 27 nessa sexta-feira (05/03).
O secretário de Estado de Saúde, Marcellus Campêlo, destaca que o processo de transferência é intenso e dinâmico e depende da oferta de leitos, da capacidade de remoção no dia e da quantidade de pacientes novos que entram. Mas a proporção entre os novos chamados e os chamados em aberto tem sido cada dia menor, ajudando a reduzir o tempo de espera.
Enquanto aguardam as transferências, os pacientes são assistidos recebendo suporte clínico em unidades de Serviço de Pronto Atendimento (SPAs), Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), salas de estabilização de prontos-socorros da capital e de hospitais do interior.
A avaliação do quadro clínico e condições de transporte do paciente é feita pelos médicos que operam o Sistema de Transferência de Emergência Regulada (Sister), responsável pelas transferências. No caso de instabilidade hemodinâmica dos pacientes, a remoção não é permitida. Os médicos reguladores só autorizam a transferência após o paciente ter condições clínicas para isso.
Neste sábado (06/03), de 12 chamados abertos para leitos de UTI do interior, cinco não tinham condições de remoção. Pela manhã a aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) com capacidade para remover oito pacientes moderados do interior também não tinha pacientes com esse perfil para poder decolar.
Para a coordenadora da Cura, Keila do Vale, a diminuição do tempo de espera se deve a uma série de ações realizadas pelo Governo do Estado e pela SES-AM. “Transferimos mais de 500 pacientes para fora do Estado com o apoio do Governo Federal. O Governo atuou com medidas restritivas para frear o avanço da Covid-19 e ampliou o número de leitos”.
Aumento de leitos – A SES-AM ampliou o número de leitos nas últimas semanas. Foram mais de 200 leitos exclusivos para a Covid-19 implantados nos hospitais Delphina Aziz, Nilton Lins, no HPS Platão Araújo e na maternidade Ana Braga.
Queda nas internações– O número de pacientes internados também reduziu no Amazonas, abrindo vagas nas unidades de referência. Conforme o Boletim Diário da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), as internações em leitos Covid-19 na rede pública e privada da capital, que em janeiro chegou ao pico de 2.804, estava em 1.217 na última quinta-feira, queda de 56,5%. No dia 14 de janeiro o número de novas hospitalizações registradas em 24 horas chegou a 258 e nesta quinta-feira registrou 52 novas internações.