Ana Júlia teve a vida destruída com a traição do marido

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Traída, presa, hostilizada, massacrada pela sociedade, sem emprego, sem estudar e muita assustada com toda a repercussão do “Caso Débora”, a vigilante Ana Júlia Ribeiro, 29, esposa de Gil Romero Machado Batista teve sua vida destruída e revirada de cabeça para baixo de uma hora para outra. A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) anunciou oficialmente que Ana Júlia não é mais considerada uma suspeita no caso.

Nesta sexta-feira (11/08), ela se pronunciou durante uma coletiva acompanhada de seu advogado Vilson Benayon, realizada no bairro Aleixo. Muito angustiada e emocionada, a vigilante afirmou que não sabia da traição do marido com quem tem um relacionamento há 14 anos e nem da gravidez de Débora, de 18 anos, morta no final de julho. Ela ficou chocada com o comportamento do esposo.

“Gil nunca foi um homem agressivo em casa. Ele nunca demonstrou qualquer tendência para a violência”, enfatizou Ana Júlia. Ela contou aos jornalistas que ele respeitava a privacidade do esposo no uso do celular dele.

“Eu tinha acabado de chegar do trabalho. A gente esteve no boteco e o irmão dessa moça chegou e queria falar com ele a qualquer custo. Eu perguntei o que estava acontecendo e ele disse que queria falar apenas com ele (Gil) e eu disse: ‘Não, eu sou mulher dele então eu preciso saber o que se passa (…)’. Ele falou ‘Cadê minha irmã?’”, disse Ana Júlia, que desde então passou a viver um pesadelo.

Ana não estava foragida

Sobre a acusação de que Ana estava foragida, o advogado Vilson Benayon esclareceu que ela sempre esteve em Manaus, inclusive juntou procuração no inquérito policial e foi duas vezes na Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), sem falar dos registros na recepção do prédio do escritório de advocacia no qual Ana comparecia para conversar com ele.

De acordo com Benayon, desde que soube do desaparecimento de Débora, Ana apresentou-se todas as vezes perante a autoridade policial, quando intimada, bem como prestou esclarecimentos e informações, deixando registrado seu endereço, contato de seu advogado e procuração outorgando poderes para que este fosse diretamente comunicado no caso de novas diligências, ficando integralmente à disposição das autoridades.

Mesmo estando à disposição para esclarecimentos, especialmente por meio de advogado com procuração habilitada e juntada no inquérito policial, a mesma foi surpreendida com notícia da decretação de sua prisão. Em momento algum manteve-se foragida ou evadiu para outro estado, apresentando-se, tão logo tomado o conhecimento oficial do fato, perante a autoridade policial, de livre e espontânea vontade, segundo Benayon.

Inocente

O delegado Ricardo Cunha, titular da DEHS, declarou em coletiva de imprensa que as investigações não encontraram evidências que ligassem Ana Júlia ao assassinato de Débora, tanto que na noite de quinta-feira (10/8), o advogado dela revogou o mandado de prisão temporária, após a DEHS oficiar ao juízo da desnecessidade da prisão, conseguiu o Alvará de Soltura de Ana Júlia.(Portal Marcos Santos)