O governador Wilson Lima e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, deram início, neste sábado (06/11), à mobilização social de educação em saúde Brasil Sem Malária, realizada em alusão ao dia de combate à doença nas Américas. A ação é promovida pelo Ministério da Saúde, em parceria com o Governo do Estado, por meio da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), e ocorre no Centro de Convivência da Família Padre Pedro Vignola, na zona norte da capital.
O Amazonas foi escolhido para sediar a ação após registrar redução de 7% no número de casos de malária entre janeiro e outubro deste ano, em comparação com o mesmo período de 2020, segundo dados da FVS-RCP. Nesse período foram notificados 46.842 casos da doença, ante a 50.418 casos em iguais meses de 2020.
“Hoje eu fico muito feliz em ver os avanços que o estado do Amazonas e que o Brasil como um todo tem tido no combate à malária e na expertise que tem os nossos profissionais. Eu quero agradecer o trabalho de cada um aqui, do pessoal da Fundação de vigilância em Saúde, pessoal da Fundação de Medicina tropical, pessoal do Inpa e todos os profissionais da área de saúde, aos agentes de endemia que estão fazendo o trabalho lá na ponta de atendimento a essas pessoas. Parabéns a vocês. Um agradecimento a vocês por esse trabalho”, destacou o governador.
Marcelo Queiroga ressaltou que a malária é um problema secular e está diretamente ligado às condições socioeconômicas e, segundo ele, o Brasil tem avançado nos últimos tempos. Ele também elogiou o trabalho dos profissionais de saúde que atuam no enfrentamento da doença.
“Vocês quem têm que me ensinar como enfrentar a malária. A solução para este problema está aqui e hoje nós assistimos como evoluir de maneira sustentável nesse objetivo, através da educação, por exemplo, através dos investimentos em ciência e tecnologia, para propiciar um diagnóstico precoce e as medidas terapêuticas adequadas, além das ações de vigilância em saúde”, frisou o ministro.
Estiveram presentes o deputado federal capitão Alberto Neto, os deputados estaduais Carlinhos Bessa, Abdala Fraxe e Dr, Gomes, o vereador Elan Alencar, a representante da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) no Brasil, Socorro Gross, a secretária Municipal de Saúde da capital, Shádia Fraxe, e outras autoridades.
Indicadores – Ao todo, 14 municípios são responsáveis por 80% dos casos da doença no Amazonas, sendo eles Barcelos (7.535), São Gabriel da Cachoeira (7.120), Manaus (3.685 Casos), Tefé (2.779), Tapauá (2.475), Carauari (2.014), Santa Isabel do Rio Negro (1.877), Coari (1.717), Lábrea (1.577), Maués (1.576), Canutama (1.502), Guajará (1.454), Atalaia do Norte (1.382) e Humaitá (1.242).
Apesar da redução, o Amazonas concentra o maior número de casos da doença no país, como também é o estado com a maior parte da floresta amazônica, sendo esse um agravo que atinge majoritariamente populações residentes em áreas rurais. O desafio do estado é conciliar a preservação da saúde da população rural, permitindo que ela conviva de maneira saudável e harmoniosa com a floresta.
O Amazonas é pioneiro no tratamento do novo medicamento de tratamento da malária vivax, com a tafenoquina, sendo ela mais uma estratégia para combater e eliminar este tipo de malária, mais comum na nossa região.
Exposições – O evento contou com oito estandes coordenados pelas instituições parceiras da FVS-RCP engajadas no combate à malária: Secretaria de Estado da Saúde (SES-AM), Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), Secretaria de Estado de Educação e Desporto, Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (Semsa-Manaus) e Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
Além da capital, a mobilização aconteceu simultaneamente nos municípios do interior, sob a coordenação das secretarias municipais de Saúde.
Programação – Nos estandes montados no Centro de Convivência foram tratados temas como o ciclo biológico do vetor da malária e as ações para o controle da doença, incluindo mostras de mosquiteiros impregnados, bombas para borrifação de inseticidas e do material utilizado para o teste de diagnóstico rápido.
Também contemplaram ações educativas, com jogos infantis com informações sobre a malária, e exposições dos trabalhos realizados pela FVS-RCP, FMT-HVD, Inpa e do Ministério da Saúde, que vai abordar o Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária (PNCM).
Sobre a data – O Dia da Malária nas Américas ocorre anualmente no dia 6 de novembro e foi estabelecido pela Organização Pan-Americana da Saúde em 2007, após a 27ª Conferência Sanitária Pan-Americana. O combate à doença é um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU).