Bruno Pereira e Dom Phillips dão nome a novas leveduras descobertas na Amazônia

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Bruno Pereira e Dom Phillips, assassinados em junho de 2022, no Vale do Javari, no Amazonas, receberam uma homenagem científica póstuma. Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) batizaram duas novas espécies de levedura Spathaspora encontradas na Amazônia brasileira com os nomes do indigenista e do jornalista, que foram mortos a mando de garimpeiros.

A Spathaspora brunopereirae sp. nov. e a Spathaspora domphillipsii sp. nov. foram descobertas recentemente em madeira em decomposição coletada em diferentes biomas da Amazônia brasileira, nos estados do Pará e do Tocantins. Ambas as espécies são capazes de converte

“Isso significa que esses microrganismos têm características com diversas aplicações biotecnológicas, entre as quais está a produção de xilitol e de combustível”, explicou o microbiologista e professor Carlos Augusto Rosa, orientador das pesquisas que resultaram no artigo.

De acordo com os cientistas da UFMG, a Amazônia representa 40% das florestas tropicais remanescentes e responde por 10% da biodiversidade conhecida do planeta. No entanto, o bioma sofre com os efeitos das mudanças climáticas, desmatamento e queimadas. Carlos Rosa destaca o fato de que a riquíssima biodiversidade microbiana da região ainda é pouco explorada no Brasil como fonte de inovações biotecnológicas.

“Daí a importância das pesquisas nessa área e também dos esforços de Bruno e Dom para preservar o bioma da região”, afirmou o cientista. Para Rosa, batizar as duas novas espécies com os nomes deles “é reconhecer, valorizar e homenagear a dupla pelo trabalho em defesa do meio ambiente”.

As novas espécies de levedura e suas aplicações potenciais foram apresentadas em artigo publicado na revista International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology. Com informações do portal da UFMG. (Portal Marcos Santos)