Caso é inadmissível e militar preso será julgado sem condescendência, diz ministro da Defesa

Ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva, diz que militar será julgado sem condescendência/Foto: Reuters

O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, afirmou hoje, quinta-feira, em breve declaração à imprensa, que o caso envolvendo a prisão do militar da Aeronáutica transportando cocaína em Sevilha, na Espanha, é “inadmissível” e que ele será julgado “sem condescendência” porque houve “quebra de confiança”.

“Não vamos admitir criminosos entre nós. Nesse caso, houve quebra de confiança. Esse lamentável caso é fato isolado no seio dos integrantes das Forças Armadas, que gozam dos mais elevados índices de credibilidade junto à população brasileira”, disse o ministro, que não permaneceu no auditório do Ministério da Defesa para uma rápida entrevista coletiva sobre o assunto.

Na terça-feira, um sargento brasileiro da Força Aérea Brasileia (FAB), que era parte de uma aeronave de apoio ao presidente Jair Bolsonaro, foi preso na Espanha por levar 39 quilos de cocaína no avião.

O porta-voz da FAB, major Daniel Oliveira, disse que foi instaurado um inquérito sobre o caso e que a investigação está sob sigilo. Foi perguntado por várias vezes se o militar detido, quando embarcou de Brasília para Sevilha, passou por um aparelho de raio-X, mas não houve resposta.

“Os voos da FAB, em geral, de certa forma, existem procedimentos… Vai depender da infraestrutura de cada aeroporto. São submetidos a revistas, a tipo de inspeção a ser comprovado”, disse Oliveira.

Segundo o porta-voz, o inquérito sobre o caso tem prazo de 40 dias, prorrogáveis por mais 20 dias, para ser concluído. Posteriormente, se houver elementos, o militar poderá ser denunciado, processado e condenado, disse. Uma das penas acessórias é a exclusão dele do quadro das Forças Armadas.

A investigação do episódio no Brasil não impede a apuração do crime cometido pelo militar fora do país, informou o porta-voz. Ele disse que o militar detido integra o quadro de tripulantes da aeronave reserva da FAB desde 2016 e que a investigação vai apurar a atuação dele.

Na quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro afirmou no Twitter se referiu ao episódio como “inaceitável”.