Colégio Estadual do Amazonas – Por Nicolau Libório

PJ Nicolau Libório (AM)

O Lyceu Amazonense, primeira denominação do Gymnasio Amazonense Pedro II, o nosso querido Colégio Estadual do Amazonas , foi criado em 14 de março de 1869, nos termos do Regulamento número 18, promulgado pelo Tenente-Coronel Wilkens de Matos, presidente da Província do Amazonas. Durante muito tempo foi sinônimo de ensino de excelente qualidade. O nosso Colégio Estadual, que a partir dos anos 1970 começou a perder o prestígio de estabelecimento padrão, chega aos 150 anos de existência sem grandes comemorações.

Em 1869, quando Manaus era apenas uma aldeia, apenas 13 alunos realizaram matrículas no Lyceu. Somente 8 conseguiram aprovação, e quatro, pelo desempenho acima da média, foram homenageados em sessão solene dirigida por Wilkens de Matos. As grandes obras (teatro Amazonas, palácio da Justiça, reservatório do Mocó e as pontes da avenida 7 de setembro ainda não existiam) só aconteceram no período 1892-1896, no governo do maranhense Eduardo Gonçalves Ribeiro, no período republicano.

Em 1969, quando o Colégio Estadual do Amazonas chegou aos 100 anos, fui um dos concludentes. Nessa época, quando Manaus já tinha uma população de quase 300 mil pessoas, e passava a experimentar os benefícios da Zona Franca, o número de ginasianos alcançava a expressiva marca de 3.249 alunos, distribuídos nas quatro séries do curso ginasial, clássico e científico, nos turnos matinal, vespertino e noturno.

Fiz o clássico, que em 3 anos oferecia português, história, sociologia, filosofia, biologia, latim, francês, inglês como disciplinas que serviam de base para o concurso vestibular para ingresso na Universidade Federal do Amazonas, na área de humanas. Quem desejasse entrar na Faculdade de Direito do Amazonas teria que estar bem preparado, sobretudo em filosofia, o grande terror dos candidatos. A turma que almejava os cursos de medicina ou engenharia, por exemplo, fazia o científico. Lembro daquela boa época, quando eu dividia o meu tempo trabalhando como radialista, estudando para passar nas provas e, como ninguém é perfeito, jogando “peladas” no campinho de areia do colégio.

Em 1969 o governador do Estado era Danilo Duarte de Matos Areosa, a Secretaria de Educação e Cultura era comandada por Antonio Vinícius Raposo da Câmara, e o Colégio Estadual tinha Bartolomeu Augusto de Vasconcelos Dias (diretor), Manoel do Carmo Chaves Neto(vice-diretor), Cleomenes do Carmo Chaves(secretário) e Sebastião Norões (coordenador pedagógico).

Como não lembrar do Altacir Godinho Braga, o “famoso” Braguinha, chefe da disciplina, bedel rigoroso, que não hesitava em adotar medidas firmes para garantir a ordem. Braguinha não permitia que aluno com a farda incompleta tivesse acesso à sala de aula. É claro que, de vez em quando, Braguinha e sua equipe levavam um drible seco, porque não era fácil marcar de perto aquela rapaziada sagaz. Menos exigente, estilo tolerante, podíamos contar com com Henrique, que como inspetor de alunos chegou a comandar a equipe de bedéis.

Lembro também dos professores Afonso Nina, Álvaro César de Carvalho, Carmélia Castro de Souza, Dorval Varela Moura, Ernani Fernandes Barbosa, Edmilson de Melo Salgado, Renan Freitas Pinto, Francisco Guedes de Queiroz, Farias de Carvalho, Francisco Cruz, Hugo Menezes Santos, Ilsa Maria Vieira Honório, José dos Santos Lins, Luiz Felipe Cordeiro de Verçosa(Lulu), Luiz Augusto de Lima Ruas, Manoel do Carmo Chaves, Manoel Bastos Lira, Mário Ypiranga Monteiro, Raimundo Teodoro Botinely Assunpção, Sebastião Norões, Waldner de Menezes Caldas, mestres que contribuíram de forma significativa para o sucesso intelectual de algumas gerações.

Do distante ano de 1969 para cá já se passaram 50 anos. Mas vale lembrar de alguns nomes dentre os 354 que, comigo, concluíram naquele ano os cursos científico e clássico: Átila Sidney Lins de Albuquerque, Almir Hadad Nadaf, Alberto Miguel Esper (Beto Marabá), Alfredo da Silva Santana, Armando Monteiro Maia, Agenor Gaia Nina, Ambrósio Gaia Nina, Belarmino Ferreira Lins, Carlos Alberto Loureiro Pinagé, Cid Nadaf Loureiro, Eduardo Jorge Cavalcante Monteiro de Paula (Dudu), Eulinete Melo da Silva. Elias Brasil Benjó, Evandro Cavalcante Monteiro de Paula, Flávia Antony Skrobot, Franklin Ribeiro Dávila, Fares Abnader Rodrigues, Hannemar Bacelar Aguiar, João Bosco Falabela, João de Deus Abdala Simões, João Bosco Dantas Nunes, Luiz Eduardo Lustosa de Oliveira, Maria das Graças Figueiredo, Pedro Hamilton Holanda Albuquerque, Rita de Cássia Montenegro, Raimundo Délio Gomes da Silva, Félix Geraldo da Costa, Telma Martins Maciel, Maria de Fátima Barbosa Cunha Grosso, Francisco Nailson dos Santos Pinto, Aldenora Martins Mendonça, Isa Carmem Tomaz de Lima.

Mesmo sem grandes comemorações no sesquicentenário, o nosso querido Colégio Estadual Pedro II, de passado glorioso, nos oferece agradáveis lembranças. Nos permite citar os nomes de Antônio Monteiro de Souza, Agnelo Bitencourt, André Vidal de Araújo, Antenor Sarmento Pessoa, Afonso Celso Maranhão Nina, Dorval Varela Moura, Ernani Fernandes Barbosa, Guilherme Pinto Nery, Manoel Bessa Filho, Manoel Otávio Rodrigues, Otávio Hamilton Mourão, Plácido Serrano Pinto de Andrade, Paulo Fueth Mourão, José dos Santos Lins, Pedro Severiano Nunes, Vivaldo Palma Lima, e tantos outros importantes mestres, que com dedicação e muito esmero dirigiram nossa importante instituição de ensino.(Nicolau Libório é Procurador de Justiça, Jornalista e Radialista – [email protected])