‘Essa Seleção não é do Dorival, é do povo’, diz novo técnico da Canarinho

Dorival Jr. assina contrato co a CBF/Foto: Reprodução

O treinador Dorival Júnior foi oficializado, nesta quinta-feira(11), como o novo treinador da Seleção Brasileira. Em cerimônia na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no Rio de Janeiro, o técnico assinou o contrato para o cargo até o fim do ciclo da Copa do Mundo de 2026. Em discurso, Dorival agradeceu a oportunidade e exaltou o futebol brasileiro.

Após a assinatura do contrato, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, afirmou que a vinda de Dorival consolida um ‘projeto vitorioso para a Copa do Mundo de 2026’. O contrato do novo treinador dura até o pós-Mundial. Emocionado, o técnico vestiu um casaco da Seleção Brasileira e discursou.

“Sinceramente emocionado, depois que tudo que vivi em minha vida, depois desses últimos seis, sete anos, conseguindo vencer dois momentos de muita dificuldade na minha casa. Minha esposa com um câncer muito agressivo, logo em seguida também fui diagnosticado. Isso serviu para eu me fortalecer e repensar alguns pontos da minha carreira”, começou Dorival.

“Foram 18 anos como atleta profissional, finalizei minha carreira completando 40 anos, tive três anos de experiência como auxiliar técnico, tive um ano vivendo como diretor de futebol do Figueirense, aí o próprio presidente me abre as portas para aquilo que tinha me preparado, ser treinador. Tivemos 14 títulos alcançados, cinco vice campeonatos, entre eles dois vice brasileiros pelo Santos, em 2016, e ajudando o Flamengo, em 2018”, disse o novo treinador da Canarinho.

Dorival Júnior também falou sobre o momento atual da Seleção Brasileira e reiterou a necessidade da equipe de se ‘reinventar’. “Hoje estou aqui representando a Seleção mais vencedora e campeã do planeta e que tem por obrigação fazer o mesmo. Futebol brasileiro é muito forte, se reinventa, não pode viver um momento como esse. Talvez sirva, ou não, de lição para que absorvamos e possamos encontrar um novo caminho, aprendemos com o futebol brasileiro o caminho de vitórias e precisamos reencontrar”.

“Nós não podemos nos dividir em uma seleção com nome de Filipão, Tite, Mano Menezes; temos uma Seleção Brasileira, do povo, não é do Dorival, é do povo”,  finalizou no discurso.

Mudanças e conceitos de futebol
À imprensa, Dorival Júnior falou sobre seu estilo e preferências para o elenco da Seleção Brasileira. Segundo o novo treinador, serão priorizados os jogadores que estiverem em melhor momento, independente de idade entre novos talentos e veteranos.

“Uma mescla que, para mim, é mais do que saudável e necessária em qualquer sentido para que tenhamos a competitividade de uma equipe mantida, não vai ser diferente. Um ciclo se encerra a partir do momento em que outro estiver melhor. O principal é que se adaptem rapidamente”.

Entre o estilo do ex-interino Fernando Diniz e o italiano cotado Carlo Ancelotti, Dorival afirmou que busca se adaptar às equipes pelas quais é contratado. “Eu acho que em todas as equipes que eu cheguei, eu me adaptei, eu procuro identificar o que tenho nas mãos e definir o sistema que eu devo empregar, números são muito relativos, eu não me apego, para mim é balela”.

“Devemos defender com o maior número possível e atacar da mesma forma. Se vamos encontrar rapidamente, é difícil de falar, mas é isso que vamos buscar. É difícil falar entre o sistema do Fernando e do Ancelotti, eles desenvolvem clubes. Dentro da Seleção é um pouquinho diferente, encaixando nomes para que, na prática, as coisas rapidamente deem encaixe”, explicou.

Dorival também voltou a falar sobre o momento que vive na carreira e sobre a emoção com a convocação do presidente Ednaldo Rodrigues para o comando da Canarinho.

“Em duas ou três oportunidades, meu nome foi ventilado à frente da Seleção e acabou não acontecendo. Quando surgiu dessa vez e da maneira como foi, imaginava que talvez fosse uma especulação natural do mercado e, de repente, acabou se concretizando. Eu não criei uma expectativa, e a partir do momento que eu recebi uma chamada, as coisas mudaram um pouco, era um sonho, um objetivo. Eu não deixei o São Paulo, eu estou vindo para uma Seleção, não é um convite, é um chamado e acho que nenhum profissional deixaria de atendê-lo”, disse o novo treinador.(Redação do Terra)