Festival amplia espaços de arte urbana e artista PcD confere atrações com grupo

Fotos - Aguilar Abecassis/Semcom

Com 35 anos dedicados às artes urbanas, em especial ao hip hop e à dança, o artista Miguel Maia, 48 anos, morador da Compensa e integrante do grupo DD Tankers, nunca deixou que a cadeira de rodas limitasse seus movimentos artísticos e de criação. Conferindo de perto o maior festival de artes integradas da região Norte, o “#SouManaus Passo a Paço 2023”, promovido pela Prefeitura de Manaus, ele estava curtindo o Espaço Cultura Urbana montado no evento, que tem entrada aberta a todo o público.

Além das centenas de atrações musicais, o evento deste ano ampliou ainda mais a visibilidade da cultura urbana, com hip-hop, B-Boys, grafiteiros, rappers, DJs, slackline, skatistas, bmcross e parkour. E envolvido com a dança desde 1988, Maia não poderia perder a agitação cultural no centro histórico. No Festival Amazonas de Dança (FAD) do ano passado, ele apresentou e assinou a direção geral de um espetáculo.

“Mesmo em uma cadeira de rodas, sempre fui ativo no movimento hip hop, como Mc, popping, beat box, técnico em turismo informativo e técnico em movimentos repetitivos sobre exercícios”, comentou o representante de danças urbanas, que, este ano, recebeu uma homenagem no FAD 2023.

Na cadeira de rodas desde os 4 anos, por conta de complicações da poliomielite, Maia foi curtir com seu grupo muita arte e cultura, expressões que mudaram sua vida. “Estou até hoje em ação, fazendo espetáculos de dança, palestras e ações sociais em comunidades. Então, ter um espaço único e exclusivo assim é um reconhecimento, além do festival ter toda a preocupação mais do que correta com a acessibilidade para todos os tipos de público. No meu caso, a cadeira de rodas faz parte de mim”, disse.

Diversificação

Este ano, a Prefeitura de Manaus, por meio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), aumentou em mais de 580% o número de artistas locais em relação à primeira edição, em 2015, onde apenas 12 artistas locais estiveram envolvidos.

Nesta edição, são mais de 600 trabalhadores da cultura, distribuídos em nove segmentos, representados, legalmente, por 77 bandas, entre pessoas físicas e jurídicas.