O juiz Flávio Nicolau, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, aceitou um pedido do Ministério Público do Estado e autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, e de seu ex-assessor Fabrício Queiroz.
A informação foi revelada nesta segunda-feira (13) pelo jornal O Globo. Segundo o TJ-RJ, não serão divulgados mais detalhes porque o processo corre sob sigilo de justiça.
A quebra de sigilo bancário diz respeito ao período entre janeiro de 2007 e dezembro de 2018, enquanto que o fiscal será de 2008 a 2018. De acordo com Nicolau, a medida é “importante para a instrução do procedimento investigatório criminal” instaurado contra Flávio e Queiroz.
Além dos dois, o TJ-RJ autorizou a quebra de sigilo bancário de Fernanda Bolsonaro, esposa de Flávio, da mulher de Queiroz, Marcia, e de suas duas filhas, Nathalia e Evelyn. A decisão também inclui a empresa Bolsotini Chocolates e Café, do casal Bolsonaro.
Em nota, o advogado de Queiroz, Paulo Klein, afirmou que a “família recebe a notícia com tranquilidade uma vez que seu sigilo bancário já havia sido quebrado e exposto por todos os meios de comunicação”. Já a assessoria de Flávio ainda não se pronunciou.
O nome de Queiroz consta em um relatório do Coaf que aponta uma movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em uma conta em nome do ex-assessor. O relatório integrou a investigação da Operação Furna da Onça, desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro, que prendeu deputados estaduais no início de novembro de 2018.
O relatório também identificou um depósito de Queiroz no valor de R$ 24 mil na conta bancária da primeira-dama Michelle Bolsonaro. Na ocasião, o presidente Bolsonaro afirmou que o valor se referia a um empréstimo feito a Queiroz.
O ex-assessor trabalhou no gabinete do deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL), senador eleito pelo Rio de Janeiro.(Terra/ANSA)