Mãe manauara, acusada pelo marido e sob fiança, luta nos EUA para rever filha de 10 meses

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A amazonense Edienny Martin está vivendo um drama digno de filme nos Estados Unidos. Acusada de violência doméstica pelo ex-marido, ela foi presa, perdeu a guarda da filha Valentina de apenas 10 meses, está desempregada e sem ter onde morar. “Tive minha filha tirada dos meus braços e agora minha única missão é recuperá-la”, afirma. A família dela está fazendo uma vaquinha virtual para tentar pagar as despesas.

Edienny é natural de Manaus, onde conheceu seu esposo, Max Martin, com quem foi casada por cinco anos. Os dois se mudaram para Conway, nos Estados Unidos, e dessa união nasceu Valentina, em junho de 2022. O casamento não ia bem e no dia 20 de abril deste ano, Edienny conta que após desentendimentos, comunicou a Max que daria entrada no divórcio. Por volta das 18 horas desse dia, ela estava na cozinha fazendo o jantar da filha, que estava sentada no carrinho de passeio. Neste instante, o Max chegou insistindo em dar cereal matinal açucarado (Cheerios) para a filha.

“Discordei e deixei claro que aquilo não era apropriado para a idade dela, que tinha 10 meses de idade e que ainda amamentava no meu peito. Pedi para que ele não a tirasse do carrinho, pois eu estava finalizando a preparação do jantar. Mesmo assim, ele insistiu em tirá-la. Forçou seu peso contra mim e ficando de frente para o carrinho tirou a nossa filha, Valentina e a carregou nos braços, enquanto eu pedia para que ele não fizesse isso. Então eu peguei o celular dele da bancada da cozinha e ele tentou tirar o celular da minha mão e começamos uma luta para ficar com o celular. Neste momento, ele começou a sacudir a nossa filha que estava no colo dele, e ela começou a chorar. Ao tirar o celular da minha mão, ele atingiu o rosto e a testa da minha filha. Eu fiquei chocada vendo-o atingir a nossa filha e comecei a gritar “você bateu nela”. Então mordi o seu braço tentando tomar nossa filha de volta com medo de que ele a machucasse novamente. Neste momento foi quando ele me empurrou atingindo o meu peito, se livrou de mim e saiu de casa com a nossa filha no colo. Fui atras dele e o vi indo para a casa dos vizinhos que moram na frente de nossa casa”, relata Edienny.

Quando o jantar ficou pronto, ela conta que chamou o marido. Ele trouxe a filha de volta e saiu de casa sem dizer nada. Às 23h, Edienny foi acordada pela polícia de Conway na porta de sua casa. “Quando abri a porta, o policial logo perguntou o que havia acontecido entre o Max e eu naquela noite. Eu estava muito assustada e não sabia se eu deveria dizer a verdade sobre o ocorrido, pois não queria que Max fosse preso. O policial então disse que eles estavam ali porque o Max deu entrada no hospital devido aos “ferimentos” causados por mim e me denunciou por violência doméstica”.

Prisão e fiança

A polícia levou Edienny para a delegacia, de onde seguiu para o centro de detenção J. Reuben, em Conway às 00h20, do dia 21 de abril de 2023. A juíza de custódia acusou-a de violência doméstica em segundo grau e definiu fiança no valor de $10.000.

Mesmo sem ter antecedentes criminais, a amazonense disse que não foi ouvida e nem permitiram que entrasse em contato com a família. Por conta da sua prisão, a filha foi desmamada brutalmente. “Meus seios estavam inchados de leite, no centro de detenção. Eu chorava pela dor nos seios, implorava para trazerem a minha filha para mamar ou mesmo que me dessem uma bomba de leite para que eu extraísse e pudesse entregar a ela. Não tive esse pedido atendido”, relata.

Ela conseguiu pagar a fiança com um cartão de crédito que tinha na bolsa e agora aguarda em liberdade o julgamento marcado para o dia 4 de agosto.

“Sai do centro de detenção no dia 25 de abril de 2023, às 19 horas, apenas com a roupa do corpo e proibida de voltar para a nossa filha e nossa casa. Só não dormi na rua porque minha família e meus amigos me ajudaram a não ficar desabrigada ou passar fome nesses dias”, conta. Desde o dia 02 de maio ela está em um abrigo para vítimas de violência doméstica e desde que foi presa não vê a filha. “Já procurei ajuda em todos os lugares possíveis, mas ninguém me dá uma orientação correta sobre o que fazer”.

Para Edienny, a atitude de Max é uma retaliação pela sua decisão de pedir o divórcio. “Ele usou a nossa filha Valentina como forma de me punir, por, segundo ele, não o amar mais”.

Desempregada

Edienny diz que durante seu relacionamento com Max se limitou a cuidar da filha e não exercia trabalho remunerado. “Agora preciso muito de ajuda financeira para conseguir pagar despesas com gastos iniciais com alimentação, um lugar para morar e, principalmente, advogados, considerando que somente assim terei chances de recuperar minha pequena Valentina. A situação é delicada e espero poder contar nessa trajetória, com a empatia e solidariedade de todos a quem essa corrente possa tocar de alguma forma”. Ela conta que procurou o consulado do Brasil, que disse que nada pode fazer para ajudar. Duas advogadas aceitaram o caso, uma cobrou $5.000 e a outra $7.500 adiantados.

Como ajudar

Para ajudar na vaquinha Mãe e filha juntas novamente, basta usar a chave Pix 3685992@vakinha.com.br ou contribuir pelo site do Vakinha: http://vaka.me/3685992?utm_campaign=whatsapp&utm_medium=website&utm_content=3685992&utm_source=social-shares(Portal Marcos Santos)