Polo Tecnológico de Manaus é tema de tribuna popular na Câmara Municipal

Vereador Joelson Silva preside a mesa de debates/Foto: Robervaldo Rocha

A Câmara Municipal de Manaus (CMM) promoveu na quarta-feira (17), uma tribuna popular, no plenário Adriano Jorge, sobre a implantação de um polo digital e tecnológico na cidade de Manaus. A propositura, é de autoria do vereador Dr. Ewerton Wanderley (PHS), presidente da Frente Parlamentar Mista do Polo Tecnológico de Manaus, composta também pelos parlamentares vereador Dr. Alonso Oliveira (PODE), professor Gedeão Amorim (MDB), deputado estadual Felipe Souza (PSC) e senador Plínio Valério (PSDB), que assinou a sua adesão à Frente durante o evento, juntamente com o presidente da CMM, vereador Joelson Silva.

“Essa iniciativa irá trazer bons frutos à cidade de Manaus. A Casa sai na frente reunindo vários segmentos como a Universidade Estadual do Amazonas (UEA), os institutos de pesquisas tecnológicas e grande parte de grupos empresariais”, disse Joelson Silva.

Dr. Ewerton comemorou as novas adesões à Frente Parlamentar, e defendeu o polo tecnológico como uma nova matriz econômica alternativa e sustentável para o Amazonas. “Sabemos o quanto o nossa zona franca é bombardeadoa principalmente pelos empresários do centro-sul do Brasil, e até pelo Governo Federal, atual e antecessores. Precisamos criar uma solução, uma nova matriz econômica, que possa competir com a Zona Franca na geração de emprego e renda, diminuindo assim a nossa dependência desse modelo”, pontuou.

O evento contou ainda com presença do presidente da CMM, Joelson Silva, do vice-presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico de Manaus (Codese), Romero Reis, representantes da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Instituto Federal do Amazonas (Ifam) e membros de empresas privadas, como a Inovameta e SSAG Tecnologia, que apresentaram estudos e cases de sucesso de outros polos tecnológicos espalhados pelo Brasil, e o projeto do selo “Green Software” para as indústrias de softwares que se instalarem em Manaus.

O senador Plínio Valério, em seu discurso na tribuna, prometeu apoio no Senado Federal para a implantação do projeto “O Amazonas precisa disso, nós que defendemos a Zona Franca em Brasília, precisamos de argumentos para isso, então, a sustentabilidade e a preservação da nossa floresta com a implantação de uma nova matriz econômica para o nosso Estado”, afirmou o senador.

Romero Reis elogiou a iniciativa da Frente Parlamentar e disse que o Amazonas precisa buscar e consolidar novas alternativas econômicas ao modelo Zona Franca. “A Câmara Municipal de Manaus tem a prerrogativa de criar a segurança legislativa e jurídica para desburocratizar a instalação de novas empresas na cidade, do ponto de vista fiscal e tributário. A expectativa, com a implantação do polo tecnológico, que nos próximos 10 anos, possa faturar aproximadamente R$10 bi e gerar mais de 10 mil empregos, e isso nós só vamos conseguir criando as condições necessárias na cidade”, complementou.

FRENTE PARLAMENTAR

De autoria de vereador Dr. Ewerton Wanderley, o objetivo com a criação da Frente Parlamentar é mobilizar e promover o debate entre diversos representantes da sociedade civil, universidades e vasas legislativas para a elaboração de um estudo técnico de viabilidade econômica, que embase a construção de uma legislação tributária diferenciada que torne Manaus um ambiente atrativo para a indústrias da chamada economia 4.0, bem como o desenvolvimento de novas tecnologias e inovação, por parte de empresas, institutos e startups que possam fomentar outras atividades econômicas como a mineração, bioeconomia, piscicultura, sistemas agroflorestais e a silvicultura.

Já existem alguns estados brasileiros como Recife e São Paulo que já implantaram mais de 600 empresas desse modal e geram cerca de R$ 1 bi de renda e mais de 15 mil empregos. Vale ressaltar a experiência exitosa de outros polos tecnológicos espalhados pelo país, conhecidos como Vale do Silício brasileiro, termo comumente aplicado às regiões no Brasil que se destacam pela inovação tecnológica, uma analogia ao Vale do Silício, localizado na Califórnia, nos Estados Unidos. Entre elas, o Porto Digital, no Recife; o Parque Tecnológico da UFRJ, Rio de Janeiro; San Pedro Valley, em Belo Horizonte; Parque Científico e Tecnológico da PUC/RS (Tecnopuc), em Porto Alegre; e o Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP) e Santa Catarina. Somente o Parque tecnológico do Estado de Santa Catarina, tem um faturamento anual de R$ 15,5 bilhões, com 12,3 mil empresas, com receita média de R$ 1,255 milhão, com mais de 16 mil empreendedores e aproximadamente 47 mil empregos diretos.