Rhuan, Davi, Izabella, Bernardo…-Por Luciana Figueiredo

Advogada Luciana Figueiredo(AM)

Rhuan, Davi Nonato Bento, Izabella Nardoni, Bernardo Boldrini, Joaquim,
Nicollas, Emanuelly Aghata, são tantos nomes que citá-los iria ocupar, infelizmente,
várias e várias páginas. O ponto em comum de todos? Serem menores, crianças
brutalmente assassinadas por aqueles que deveriam cuidar deles, amar: seus pais,
mães, avós, padrastos ou madrastas.

Quase toda semana a mídia divulga um novo caso, alguns acabam recebendo
mais destaque, outros não passam de uma pequena notinha em um jornal local, todos
tem o poder de chocar. Como é possível matar um pequeno ser que só quer amar?
Como entender que um pai foi capaz de tirar a vida do seu próprio filho? Nenhum
motivo ou suposta justificativa é suficiente para nos fazer entender tamanho ato de
brutalidade.

E olhe que ainda existem os que tentam explicar seus atos. Como o pai, daqui
de Manaus, que matou o filho e disse que era para se vingar de sua própria mãe. Como
é que é? Então se quero me “vingar” de alguém vou lá e retiro a vida de uma criança?
Uma pessoa, se é que podemos chamar assim, que se considera religiosa, mata seu
filho com 11 facadas e ainda esquarteja seu corpo? Tudo é tão surreal, mas ao mesmo
tempo tão real no nosso dia a dia.

Existem aqueles que tripudiam da inteligência alheia e dos trabalhos
investigativos, como o pai da menina Izabella, que contou uma história fantasiosa para
tentar esconder o crime hediondo que cometeu. Aquele velho ditado: “O crime não
compensa” parece ser esquecido nesses momentos e, por mais ardilosa que seja a
tentativa de esconder o horror desses assassinatos, ela não obtém êxito.

A pergunta que não quer calar e que nunca será respondida a contento: o que
leva alguém a cometer tamanha barbárie? Não as justificativas fajutas apresentadas.
Queria me vingar. Ele estava atrapalhando. Reclamava demais. E tantas outras frases
estupidas que acabam sendo ditas nos tribunais. Qual o verdadeiro motivo?
Falta Deus no coração de um ser que comete tamanha violência, falta o sentido
de família, falta amor, por si e pelo seu semelhante. Mas…se você não ama, porque
não permitir que aquele que ama cuide? Na maioria dos casos existia alguém que
amava essa criança e fica sofrendo, seja a mãe, avó, tia, pai, sempre tinha uma pessoa
disposta a dar amor e carinho, então, qual o motivo que impediu a pessoa de
simplesmente se afastar e deixar o outro amar?

Ainda somos obrigados a ouvir absurdos e teorias ridículas que em nada,
absolutamente nada, acrescem a todo terror já presenciado. Como os impropérios
ditos tentando vincular a opção sexual da mãe de Rhuan ao ato por ela cometido.
Absolutamente absurdo!(Luciana Figueiredo é advogada)