Desembargador recebe homenagem por aposentadoria após 42 anos de magistratura

Homenagem ao Des. Wellington José de Araújo/Foto: Chico Batata

O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) realizou nesta segunda-feira (17/10) uma solenidade em homenagem ao desembargador Wellington José de Araújo, que se despede da Corte amazonense após 42 anos de carreira na magistratura estadual. O evento contou com a presença de magistrados, servidores e autoridades, que também se reuniram para prestigiar o desembargador pela passagem do aniversário – 75 anos, a idade-limite para o exercício da magistratura.

Wellington Araújo, que ingressou na magistratura na década de 80 (veja outra matéria sobre esse assunto clicando aqui! – https://www.tjam.jus.br/index.php/menu/sala-de-imprensa/7290-desembargador-wellington-araujo-participa-de-sua-ultima-sessao-colegiada-no-tjam-antes-da-aposentadoria ), junto com familiares, ouviu o discurso do presidente da Corte, desembargador Flávio Pascarelli, que destacou o sentimento de ambiguidade da aposentadoria, dividido entre a alegria e tristeza no momento da despedida.

“Como presidente de nossa Corte, me são atribuídas certas missões institucionais, dentre elas, há algumas que me dão imenso orgulho e satisfação e outras que, pelo contrário, se pudesse evitaria. Entre estes dois extremos, há aquelas em que tais sentimentos se confundem. São situações em que sou tomado, simultaneamente, por alegria e tristeza, traduzindo meus sentimentos em genuína ambiguidade. O momento da aposentadoria de um colega é um desses casos. De um lado, me alegro, testemunhando o companheiro de longa data encerrando um ciclo de sua vida com sucesso, repleto da merecida sensação de missão cumprida e cheio de planos e esperanças para a nova etapa que se inicia; e, de outro, há uma enorme sensação de perda, a perda do convívio diário, sempre agradável, com o companheiro que se aposenta”, comentou o presidente.

Pascarelli disse, ainda, “imaginar o que se passa na cabeça, no coração e na alma de nosso amigo Wellington ao encerrar sua bem-sucedida carreira na magistratura amazonense, após mais de quatro décadas de bons serviços prestados à Corte de Justiça e ao Estado do Amazonas”. Para o presidente, o momento da aposentadoria é “memorável, importantíssimo em nossas vidas e, por isso, como todas as ocasiões significativas pelas quais passamos, deve ser marcado por uma bela celebração como a que fazemos hoje”.

Ele encerrou seu discurso destacando que, “nesse momento de ambiguidade, que a alegria vença a tristeza e que a nova fase de sua vida, seja tão ou mais feliz, alegre e produtiva do que a que se encerra nesse momento”.

Também presente no evento que marcou a homenagem ao desembargador Wellington Araújo, a vice-presidente e corregedora do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE/AM), desembargadora Carla Reis, disse: “O desembargador Wellington deixa uma importante história como legado no Judiciário amazonense e agora desejamos desejar sucesso nesse novo caminho”.

O homenageado se emocionou em vários momentos no evento e disse que a magistratura lhe trouxe profundos ensinamentos que o ajudaram a construir seu caminho de vida. “Foi muito importante a magistratura na minha vida, um período muito produtivo. Aprendi muito. Fiz o possível para distribuir justiça com equilíbrio e serenidade. Considero que foi muito boa essa caminhada. Estou feliz porque saio de cabeça erguida, ciente de que meu dever foi cumprido”, comentou Wellington.

Para a representante do Ministério Público do Amazonas, a procuradora Jussara Maria Pordeus e Silva, o desembargador deixa um legado técnico. “É uma honra muito grande participar dessa despedida do desembargador Wellington. Eu, pessoalmente, trabalhei muitos anos com ele na 2.ª Câmara Cível e sempre foi um desembargador muito técnico nas suas decisões”.

Também estavam presentes no evento: os desembargadores do TJAM Paulo Caminha, Jomar Fernandes, Lafayette Carneiro Vieira Júnior, Airton Gentil, Abraham Peixoto Campos Filho, além da desembargadora Mirza Telma de Oliveira Cunha e do juiz Henrique Veiga, convocado para atuar como desembargador; vários juízes, servidores da Corte, assessores do desembargador Wellington; e autoridades convidadas: a procuradora de Justiça Suzete dos Santos; os advogados Grace Benayon e Marco Aurélio Choy; e magistrados eleitorais.

Família e amigos

A filha do desembargador homenageado, Liége Araújo, falou das lições ensinadas pelo pai desde a infância. “Essa conexão que tenho com meu pai é muito grande, é um presente de Deus e agradeço ver todos vocês, aqui, porque meu pai é digno dessa homenagem; ele é um contador de histórias, uma pessoa muito sábia”, disse.

A servidora Rayssa Bezerra Pontes falou em nome da equipe do gabinete do desembargador Wellington e ressaltou o ambiente profissional harmonioso e de respeito, incentivado pela humildade do líder. “Nunca foram criadas barreiras entre o desembargador e a equipe porque ele sempre foi muito acessível a todos. O desembargador Wellington sempre teve plena consciência do seu papel e o que suas decisões poderiam significar na vida do jurisdicionado”, afirmou Rayssa, em seu discurso, momento que também aproveitou para contar a história de um rapaz que esteve no gabinete logo após ser empossado como desembargador.

“O rapaz entregou a ele um convite para a própria formatura, explicando que, graças a uma decisão judicial do então juiz Wellington Araújo, tinha conseguido ingressar na faculdade”. O desembargador compareceu à colação de grau do jurisdicionado.

Ao longo da homenagem foi exibido um trecho de um vídeo gravado pelo desembargador Wellington Araújo para o projeto Memória, do Tribunal de Justiça do Amazonas – cujo objetivo é resgatar a história do Judiciário amazonense por meio do relato de experiências de magistrados (as) e servidores (as) aposentados (as) do órgão, em entrevistas gravadas em vídeo. E, no encerramento, foi entregue uma placa de agradecimento ao magistrado pelos servidores, sendo muito aplaudido pelos presentes.(Assessoria)