Feira com foco no Turismo da Amazônia mobiliza R$ 500 mil em negócios

Foto: Renata Branco

Realizada em Manaus (AM), Feira de Pesca Esportiva, Ecoturismo e Turismo de Aventura da Amazônia confirma segunda edição para julho de 2023…

Considera uma das principais apostas para fortalecer a matriz econômica do Amazonas, o Turismo mostrou seu potencial durante a primeira edição da 1ª Feira de Pesca Esportiva, Ecoturismo e Turismo de Aventura da Amazônia (1ª FPEA), realizado pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico de Manaus (Codese Manaus), com patrocínio da Prefeitura de Manaus. Em apenas três dias, o evento mobilizou meio milhões de reais em negócios aos participantes e encerrou com a confirmação da segunda edição para julho de 2023, período que marca a abertura da Temporada de Pesca no Amazonas.

Uma das propostas para a próxima edição é a participação dos estados que integram a Amazônia Legal, articulação já iniciada este ano com a Rotas Integradas Amazônicas (RAI), representada pelo diretor de Turismo da Secretaria de Cultura e Turismo de Roraima, Bruno Brito. “O Codese Manaus identificou esse vetor econômico como oportunidade para geração de renda e de novos negócios na Amazônia. O Turismo de Natureza é uma tendência global por sua característica sustentável e conexão com as comunidades locais. Entendemos que o Amazonas pode liderar esse mercado a partir de sua vocação natural e a FPEA é o primeiro passo nesse sentido”, afirmou o Euler Guimarães, criador e coordenador geral do evento, ao lado do coordenador da Câmara de Turismo do Codese Manaus, Caio Kanawati.

Com mais de nove propostas de inovação para a área de Turismo, novas parcerias de negócios e conexões interativas entre empreendedores de pequeno, médio e grande porte, o evento reuniu um público de, aproximadamente,3 mil pessoas em um único dos três pisos do CCA 2, onde a feira foi realizada. No total, foram mais de 20 horas de programação dentro da temática inédita no Estado do Amazonas. Aproximadamente 100 expositores e 17 palestrantes pautaram as discussões sobre as potencialidades do Turismo de Natureza no Amazônia, entre eles

Com foco na qualificação e fomento ao empreendedorismo, a Semtepi levou quatro painéis sobre negócios, turismo e empreendendorismo para o público visitante do estande, com mais de 150 participantes. Além disso, uma parede de escalada instalada dentro da feira atraiu crianças, jovens e adultos para o desafio. “A Prefeitura de Manaus acompanhou de forma consistente essa feira, estando aqui presente, contribuindo com a nossa expertise, com uma escala de servidores técnicos, todos com competência na área de empreendorismo para auxiliar os participantes. Acreditamos que a matriz econômica que vai contribuir com a matriz da Zona Franca de Manaus é a matriz do empreendedorismo, já temos essa cultura na cidade e queremos fomentar várias vertentes dela para nosso crescimento”, destacou Radyr de Oliveira Júnior, secretário Municipal do Trabalho, Empreendedorismo e Inovação (Semtepi). O secretário ressaltou a iniciativa do Codese Manaus, que é formado representantes de mais de 25 instituições de diferentes segmentos da sociedade. “Quando o setor municipal faz negócios com a sociedade civil organizada, você leva para a sociedade serviços através de várias entidades, associações e iniciativas capaz de operacionalizar recursos públicos com esse objetivo em comum: serviços para população”, completa.

Durante o encerramento, uma placa foi entregue ao secretário em agradecimento aos relevantes serviços prestados à sociedade. O CEO do Grupo Rede Amazônica, Phelipe Daou Júnior, também foi homenageado pelos 50 anos da empresa completados este ano. Por meio da Fundação Rede Amazônica, o projeto “Amazônia que eu quero” promoveu a dinâmica Canvas de Turismo, que mapeou as potencialidades e os problemas a serem enfrentados pelo segmento.

Ordenamento e regulamentação dos flutuantes, dos passeios identificados como “Safari Amazônico” e interação com fauna e flora locais foram identificados como ponto de atenção para o aperfeiçoamento do Turismo local. Em agosto, o projeto “Amazônia que eu quero” listou, entre as propostas encaminhadas a parlamentares de seis estados da região, o Etnoturismo Sustentável como potencialidade à espera de políticas públicas.

Espaço Inovação

Nove propostas empreendedoras em diversas áreas foram construídas ao longo de três dias durante o 1º Hackatur, maratona de inovação inédita no Amazonas. As vencedoras do desafio foram a proposta voltada para Turismo de base social, mais acessível para pessoas de baixa renda aliada a atividades de alto impacto e qualidade para variados públicos; a proposta de aplicativo para divulgação dos flutuantes de Manaus; e a que contempla roteiros específicos para famílias que viajam com jovens adolescentes.

Outro destaque da maratona foi o passeio de balão na Amazônia, que recebeu parecer favorável da Associação Brasileira de Balonismo.

“É fantástico o grau de criatividade que encontramos no povo da Amazônia, em como eles pensam em inovação para o Turismo da região. Tivemos um grupo diverso e esse é o grande ganho que nos mostra que a inovação não precisa ter base tecnológica, mas pode ser calcada em soluções simples que agregam valor para quem visita e para quem recebe turistas”, afirmou Daniel Takaki, coordenador do Hackatur.

Com mais de dez anos de experiência na condução de hackathons, ideathons e inovathons, ele apontou a iniciativa da 1ª FPEA em promover uma maratona temática de Turismo como ponto chave para pensar o segmento, a partir da reunião de pessoas que vivem na Amazônia. Ao todo, o desafio recebeu mais de 150 inscrições, inclusive de estrangeiros.

Entre os 50 maratonistas, mais de 50% foram mulheres e 64% pardos e negros. “Em São Paulo, esse índice não chega a 40% nos eventos. Me chama atenção a capacidade criativa e o esforço de entregar solução para um estado que nem sempre é capaz de enxergá-los”. Além disso, o evento registrou a participação de duas pessoas com mais de 60 anos e venezuelanos. “Mais de 70% nunca tinha participado de algo parecido e essa é a riqueza da inovação, que precisamos apoiar e estimular”, completou Takaki.

Além dos troféus e certificado, as três equipes selecionadas ganharão um prêmio de R$ 10 mil, R$ 6 mil e R$ 4 mil, respectivamente, além de um programa de mentoria para o desenvolvimento dessas soluções. O valor será pago após as equipes completarem a mentoria.

Espaço de Negócios

Com mais de 120 participantes nos três painéis e rodadas de negócio realizadas, o Espaço coordenado pelo Sebrae-Am identificou interesse de empresários em conhecer e ampliar o turismo de pesca no Amazonas.

De acordo com o analista do órgão, Carlos Fábio Souza, os três painéis realizados apresentaram perspectivas nas áreas de inovação e tendências do segmento, turismo de aventura e ecoturismo para os empresários presentes. “Eles saíram muito satisfeitos e com interesse em conhecer melhor como os operadores de pesca esportiva trabalham, o que já pode ser um gancho para a abertura da temporada do ano que vem”, afirmou.