Projeto “Encontrar Alguém” do TJAM, viabiliza seis adoções de crianças e adolescentes desde o início do ano

Foto > Chico Batata

O projeto “Encontrar Alguém”, do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), já viabilizou neste ano a adoção de seis crianças e adolescentes que viviam em abrigos de Manaus, mesmo diante da pandemia de covid-19, que impôs a implementação de uma série de medidas para evitar a propagação da doença. Desse total, há um grupo de três irmãos e outro de dois irmãos em estágio de convivência com a nova família.

Os números são considerados muito positivos pela equipe do projeto da Coordenadoria da Infância e Juventude do TJAM (Coij/TJAM) porque mostram a superação do trabalho de busca ativa ou adoção tardia, principalmente, nesse período de pandemia, que já contabilizou mais de 10 mil mortos no Amazonas desde o registro do primeiro caso no Estado, em 2020.

A ideia do projeto “Encontrar Alguém” consiste em gravar diversos vídeos e mostrar a história de cada uma dessas crianças e adolescentes, divulgando-as em meios de comunicação para que haja o maior alcance possível e, desta forma, incentivar a adoção tardia.

“Mesmo com as restrições estabelecidas em razão da pandemia, as atividades da Coordenadoria da Infância e da Juventude não pararam. De forma direta ou indireta, tem participado de ações de promoção de direitos de crianças e adolescentes nas várias esferas; articulando parcerias com as Defensorias Públicas, Ministério Público e secretarias de Educação e Segurança para garantir a crianças e adolescentes serviços básicos e acesso à educação, alimentação e convivência familiar”, frisou a desembargadora Joana Meirelles, coordenadora da COIJ.

Em todo o ano de 2020, foram consolidadas cinco adoções por intermédio do projeto, sendo que, desse número, havia um grupo de quatro irmãos que vivia em abrigo de Manaus. No ano passado, a pandemia da covid-19 acabou prejudicando as atividades e exigindo adaptações do trabalho. Desde 2018, quando foi criado, o projeto “Encontrar Alguém” já viabilizou a adoção de 27 crianças e adolescentes. Atualmente, há 39 meninos e meninas aptos para adoção no Estado do Amazonas e, desse total, 28 tem o perfil do projeto, ou seja, de difícil colocação por diversos motivos, entre eles, a idade – já que a maioria dos interessados prefere crianças pequenas.

Um levantamento atualizado mostra que hoje existem 143 famílias habilitadas na lista de espera local por uma adoção, mas muitos tem preferências que acabam dificultando a adoção de quem já está disponível para esse processo. Essa percepção foi um dos motivos para a criação do projeto idealizado pela juíza Rebeca de Mendonça Lima, titular do Juizado da Infância e Juventude Cível da Comarca de Manaus.

“Considero os vídeos importantíssimos, pois muitos interessados estão em outros Estados. Outro detalhe que incentiva a adoção é que ao ouvir a história dessas crianças, a pessoa acaba se sensibilizando e buscando a adoção. Como os vídeos são compartilhados na internet, não há fronteiras para que consigamos encontrar uma nova família para essas crianças e adolescentes.
Esse trabalho não parou mesmo com a pandemia. Tivemos famílias que vieram aqui e fizeram o estágio de convivência e já levaram grupos de irmãos para o Estado de origem e agora fazemos o acompanhamento por meio de carta precatória e ficamos muito felizes com o resultado”, destacou Rebeca Mendonça.

O Projeto

O “Encontrar Alguém” surgiu com o objetivo ajudar os acolhidos de qualquer idade, que já foram destituídos do poder familiar e não inseridos em família substituta, após consulta no Cadastro Nacional de Adoção do CNJ.

Os órgãos responsáveis pelo projeto são a Coordenadoria da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas (Coij/TJ-AM), juntamente do Juizado da Infância e Juventude Cível da Comarca de Manaus. A ideia do projeto consiste em gravar diversos vídeos e mostrar a história de cada uma dessas crianças, divulgando-as em meios de comunicação para ter o maior alcance possível.

Os jovens que conseguiram adoção por meio do projeto hoje residem com suas novas famílias em locais como Recife, Goiânia e até mesmo em Paris, na França, uma vez que graças à internet, os apelos das crianças podem ter um alcance global.