O Supremo Tribunal Federal (STF) julgará em agosto uma denúncia contra a deputada Carla Zambelli (PL-SP) por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento com uso de arma. A análise será feita no plenário virtual entre 11 e 21 de agosto. No formato não há debate, e os ministros depositam seus votos no sistema eletrônico da Corte. A denúncia foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em janeiro de 2023. Se a Corte aceitar a denúncia, Zambelli se torna ré em uma ação penal. O caso refere-se ao caso em que Zambelli correu atrás de um homem negro com a arma em punho na região dos Jardins, na capital paulista. O episódio se deu em 29 de outubro de 2022, véspera do 2º turno das eleições.
Além da condenação, a PGR pede que Zambelli seja obrigada a pagar uma indenização de R$ 100 mil por danos morais coletivos e que tenha o porte de arma de fogo cancelado em definitivo.
Na denúncia, a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Maria Araujo, disse que Zambelli, “com vontade livre e consciente”, portou a arma “fora dos limites da autorização de defesa pessoal, em desacordo com determinação legal ou regulamentar”.
STF marca julgamento de denúncia contra Zambelli por porte ilegal de arma de fogo
A PGR também narrou que, na ocasião, Zambelli constrangeu Luan Araújo “mediante grave ameaça exercida com o emprego de arma de fogo, a fazer o que a lei não manda, consistente em permanecer no mencionado estabelecimento comercial e a deitar no chão”.
“Conquanto ostente o porte de arma de fogo de uso permitido para defesa pessoal, Carla Zambelli Salgado de Oliveira não detém autorização para o manejo ostensivo do armamento em via pública e em local aberto ao público contra pessoa do povo que não ensejava qualquer mal, ameaça ou perigo concreto à vida ou à integridade física sua ou de terceiro”, disse a vice-PGR.
“A permissão do porte de arma de fogo conferida à denunciada se destina única e exclusivamente à sua defesa pessoal; jamais para constranger a liberdade de interlocutor e a fazer com ele se desculpe dos seus posicionamentos políticos, preferências eleitorais e supostos atos injuriosos manifestados, ainda que a pretexto de resguardar, em tese, sua honra maculada”.
Em nota da data da apresentação da denúncia, Zambelli disse que demonstrará “quem foi a vítima e o verdadeiro agressor nos eventos ocorridos.”
“A deputada reforça que possuía porte de arma legalmente autorizado pela Polícia Federal e que, durante os acontecimentos, somente sacou a arma, pois foi dada voz de prisão à pessoa que injustamente lhe agredia e a ameaçava por diversas vezes.”(Portal Marcos Santos)